É possível poupar muito dinheiro com as reduções. Mas para ter a certeza de que o negócio é vantajoso, o ideal é comparar o custo antes e depois. Todos os produtos devem exibir, de forma legível e inequívoca, o preço anterior e o preço promocional e, caso existam, os encargos inerentes à venda de produtos em condições promocionais.
A verdade é que isso nem sempre acontece e, a pensar nisso, o Portal da Queixa criou um site dedicado à Black Friday. A ideia é permitir ao consumidor comparar os preços e marcas, para perceber se as promoções são verdadeiras e se compensam mesmo. São várias as marcas que se associaram, desde marcas de roupa e de sapatos a artigos para criança, eletrodomésticos, automóveis, produtos para animais e cosmética, entre outras.
Ao mesmo tempo, o site serve também para alertar para alegadas fraudes. Para isso há um campo chamado black fraudes, com um link direto para o Portal da Queixa. Os consumidores podem denunciar as alegadas más práticas imediatamente e alertar, deste modo, outros consumidores.
Também a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) disponibiliza uma ferramenta que é “comparar preços”. Esta mostra a variação de preços de um produto numa loja online nos últimos sete dias, um mês ou três meses. “Se o preço subiu semanas antes da Black Friday e agora está mais baixo, o desconto pode ser enganoso. O resultado é mostrado através de semáforos que aconselham ou não a compra”, diz a entidade.
E dá exemplos: “Imagine um televisor que custava 1099 euros. Dias antes da Black Friday subiu para 1799, para ser vendido por 1439,20 euros no período promocional. Isto aconteceu na Black Friday do ano passado”, refere.
Como funciona? A ferramenta é fácil e rápida de usar. Basta inserir o link completo onde encontrou o produto. Também pode colocar o nome da loja online e do produto e procurá-lo dessa forma. Se houver histórico suficiente, surge um gráfico com a variação do preço nos 30 dias anteriores. E de forma imediata fica a saber se é um bom negócio. “Se aparecer um semáforo vermelho, é porque o preço aumentou dias antes ou é superior ao preço médio praticado nessa loja nos últimos 30 dias”, diz a associação.
Só no ano passado, a DECO investigou quase dois mil produtos de algumas lojas online e detetou aumentos de preço nalguns casos. “Esta manipulação não foi generalizada, mas 5% dos produtos com descontos anunciados nessa altura violavam a Lei das Práticas Comerciais Leais e a Lei dos Saldos e das Promoções. Ou seja, podiam levar o consumidor a comprar por acreditar que estava a poupar muito quando o negócio não era uma oportunidade de ouro”, conclui.