Ainda é muito cedo para saber com certeza, mas o engenho balístico disparado na noite desta terça-feira pelo regime norte-coreano parece ser a mais avançada versão de um dispositivo intercontinental alguma vez observada no arsenal de Pyongyang. Segundo os primeiros cálculos, o míssil voou por 50 minutos a uma altitude muito elevada, atingindo quase os 4500 quilómetros, para lá da órbitra da Estação Internacional Espacial da NASA.
A confirmarem-se estes dados, o engenho é uma melhoria em relação a versões mais antigas. Para além do mais, como sublinha o “Guardian”, o míssil foi disparado de uma plataforma móvel, conduzida por um camião, o que aumenta o grau de incerteza associado a um possível ataque futuro às mãos de Kim Jong-un. Por causa da grande abóbada e altitude exagerada, o míssil só percorreu 1000 quilómetros em relação ao local do disparo.
Esta é uma técnica comum usada pelo regime norte-coreano para evitar que os seus mísseis de médio e longo alcance sobrevoem o espaço aéreo japonês, como já aconteceu este ano. O último disparo balístico norte-coreano – há mais de dez anos proibidos pelas Nações Unidas e sujeito a novas sanções – fez isso mesmo e deu-se a 15 de setembro. Esse míssil percorreu 3700 quilómetros, mas só alcançou os 770 quilómetros de altitude.
Donald Trump reagiu minutos depois do lançamento do novo míssil. O presidente norte-americano, que apenas há uma semana recolocou Pyongyang na lista de países patrocinadores de terrorismo internacional, ganhando assim mais espaço de manobra para novas sanções, afirmou que “esta é uma situação com a qual vamos lidar”. O primeiro-ministro japonês já convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.