Braga responde a interdição com entradas gratuitas na próxima jornada

À porta aberta e de entrada livre. É desta forma que o clube minhoto reage ao castigo determinado pelo CD, que havia determinado a realização de um jogo à porta fechada por comportamentos racistas dos adeptos.

Para António Salvador, presidente do Sp.Braga, uma coisa é certa: querem fazer do campeonato português uma competição disputada a três [FC Porto, Sporting e Benfica], uma situação que o dirigente do clube arsenalista não vai permitir. Depois do castigo imposto ao Braga com “a realização de um jogo à porta fechada”, Salvador não se poupou nas críticas ao Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Numa sanção que considerou ser uma “afronta completa” ao emblema que lidera, o dirigente dos Guerreiros do Minho garantiu que os “adeptos nada fizeram que justifique esse castigo”.

“Somos contra todo o tipo de racismo ou discriminação de qualquer pessoa ou jogador, mas temos a certeza que os nossos adeptos não contribuíram para isso, o que ficou provado na comissão de inquér ito”, sublinhou. A resolução do CD foi conhecida na terça-feira e teve por base os factos ocorridos no jogo CD Aves SAD-SC Braga SAD, realizado a 20 de agosto de 2017 e a contar para a 3ª jornada da Liga NOS.

O CD entendeu que os adeptos minhotos violaram o artigo 113º do Regulamento Disciplinar da Liga, no qual, pode ler-se, “os clubes que promovam, consintam ou tolerem a exibição de faixas, o cântico de slogans racistas ou, em geral, com quaisquer comportamentos que atentem contra a dignidade humana em função da raça, língua, religião ou origem étnica serão punidos com a sanção de realização de jogos à porta fechada a fixar entre o mínimo de um e o máximo de três jogos e, acessoriamente, com a sanção de multa de montante a fixar entre o mínimo de 200 UC e máximo de 1.000 UC”.

Esta quarta-feira, durante o evento de apresentação da campanha de reflorestação e reconstrução do Projeto Homem, o presidente do SC Braga garantiu que o Estádio Municipal de Braga estará “de portas abertas” para receber já este domingo o Paços de Ferreira, em jogo da 13.º jornada da Liga além de defender que “o CD se serviu do Braga para castigar ou servir de exemplo para outros”.

Em resposta à sentença determinada pelo CD o Braga determinou que o mesmo encontro, além de à “porta aberta” será de “entrada livre” para todos os adeptos e sócios que “que pretendam assistir à partida”. Uma decisão tomada após o SC_Braga ter garantido a apresentação de recurso da decisão do CD no Tribunal Arbitral do Desporto, com efeitos suspensivos do castigo, e tornada pública através de um comunicado partilhado no site oficial do clube.

Contudo, esta não é a primeira vez que o clube de Braga vê uma sanção da mesma natureza ser-lhe imposta.

 

Parte do estádio encerrado

Muito recentemente, mas em embate a contar para a Liga Europa, o SC Braga foi punido por razões do mesmo tipo. A UEFA decidiu castigar o clube português devido ao comportamento racista por parte de alguns adeptos no jogo com o Ludogorets. A sanção acabou por ser imposta na recepção ao Hoffenheim com parte do estádio encerrado e a exibição de uma tarja sobre o EqualGme – um programa criado pela UEFA para promover a diversidade. “Os nossos adeptos não são racistas. A UEFA foi longe demais no que nos tentou acusar. Os nossos adeptos sempre souberam respeitar jogadores de várias etnias, um dos melhores jogadores de sempre, o Alan, é de cor. Estamos do lado dos adeptos”, havia dito, em defesa do clube e dos adeptos, no início do presente mês, o mesmo presidente, António Salvador.