PCP e Bloco de Esquerda rapidamente reagiram à confirmação da candidatura de Mário Centeno à presidência do Eurogrupo. Para os partidos de esquerda que apoiam o governo de António Costa, o problema não é que o ministro seja presidente, é a instituição em si.
“O problema é o Eurogrupo em si”, afirmou Catarina Martins aos jornalistas acrescentando que “o Eurogrupo é uma entidade informal que não tem uma legitimidade democrática com princípios que se compreendam. Aliás, as regras são talvez as coisas menos explicadas em toda a União Europeia (UE)”.
A líder do Bloco de Esquerda não se mostrou surpreendida com a candidatura. “Não me estranha que o ministro Mário Centeno tenha proximidade com o Eurogrupo”, afirmou a líder do Bloco lembrando que o ministro continua a “respeitar as metas da União Europeia, e até ir além [delas]”
O PCP partilha da mesma opinião: “A história está aí para nos dar algumas lições”, afirmou Ângelo Alves, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, “não é a eleição de um português para determinada responsabilidade numa instituição da UE que garante a necessidade nacional”. Para os comunistas, a “eventual eleição” de Mário Centeno “não altera as opções e critérios que têm prevalecido na política orçamental da UE” que são, “em si mesmo, contraditórias aos interesses do país e ao seu desenvolvimento soberano”.