Hoje é o dia D para Mário Centeno. A votação para o novo presidente do Europeu acontece esta segunda-feira por voto secreto em Bruxelas. Para serem eleitos, os ministros necessitam de conseguir uma maioria simples, que neste caso são 10 votos em 19 ministros.
No final da primeira ronda, os candidatos serão informados do número de votos que receberam e podem retirar a sua candidatura, se assim entenderem. Os ministros farão nova ronda de votações até que seja atingida uma maioria. O vencedor será anunciado após a votação terminar e será apresentado na conferência de imprensa que se seguirá imediatamente a seguir à eleição.
Mas a caminhada até à presidência conta com mais três candidatos. Além do ministro português das Finanças são candidatos à sucessão de Jeroen Dijsselbloem, o eslovaco Peter Kazimir, a letã Dana Reizniece-Ozola e o luxemburguês Pierre Gramegna.
A verdade é que Centeno parte como favorito por ter conseguido reunir um grande número de apoios, entre eles os das quatro maiores economias da zona euro: Alemanha, França, Itália e Espanha. E, durante a apresentação da sua candidatura, explicou as razões que o levaram a avançar para esta corrida.
“O futuro do país está ligado ao futuro da União Europeia e é com esse espírito construtivo que abraço este desafio”. O ministro português está convencido de que “a experiência recente do país veio mostrar que é possível conciliar objetivos de consolidação orçamental com crescimento e emprego. A situação com que Portugal se defrontou foi comum a muitos países europeus e é nesse reconhecimento que assenta a nossa certeza de que a participação ativa na Europa pode ser reforçada”.
Opinião em Portugal divide-se
António Costa tem-se multiplicado nos últimos dias em agradecimentos. Ainda este fim de semana, o secretário-geral do PS agradeceu o “claro apoio” dos socialistas europeus à candidatura do ministro das Finanças português à presidência do Eurogrupo, frisando que Mário Centeno é “parte essencial” na “mudança de política”.
Mas os partidos de esquerda que apoiam o governo pensam de outra forma. Catarina Martins diz que “ter ou não ter um responsável português à frente de uma instituição europeia não significa nada em concreto para Portugal” e “não é condição de melhoria para o país”, até porque “o problema não é quem preside ao Eurogrupo, mas sim o Eurogrupo”.
Uma opinião partilhada por Jerónimo de Sousa ao afirmar que “a questão é saber quem é que vai determinar as políticas da União Europeia e não será um presidente, não será um homem. Quem decide são as instituições e as instituições atuais da União Europeia decidem, não a favor dos povos nem dos países, mas a favor do grande capital e isso não se vai alterar seja qual for o resultado”, diz o líder comunista.
Já Assunção Cristas admite que a candidatura de Centeno é “aparentemente” positiva, mas que não é por isso que deixa de criticar a atuação do ministro das Finanças. “As críticas que o CDS faz à atuação do ministro Mário Centeno não se transformam pelo facto de, de repente, ele ser um candidato ao Eurogrupo”, revelou.
Também os candidatos à liderança do PSD apoiam candidatura de Centeno ao Eurogrupo, mas chamam a atenção para o facto de continuarem a estar preocupados com a situação em Portugal.