O ‘remédio’ santo para combater as baixas temperaturas: mantinha, lareira, muito feijão e chá quente

Para um inverno sem gripes há que apostar em leguminosas, raízes e bebidas quentes

(Artigo originalmente publicado em novembro de 2016)

Antes mesmo de abrir o armário dos medicamentos para garantir que está armado de todos os antigripais do mercado, talvez seja boa ideia abrir antes a porta do frigorífico e ver se o que lhe enche as prateleiras é suficiente para enfrentar os próximos meses. Isto porque uma alimentação adequada à época pode juntar o melhor de dois mundos: aumentar a temperatura corporal e reforçar o sistema imunitário.

“Está na hora de deixar de lado as cervejas, os gelados e as frutas tropicais”, avisa Francisco Varatojo, pondo assim um fim definitivo ao verão. “Todas essas coisas são usadas para baixar a temperatura corporal e não é isso que queremos agora”, acrescenta o diretor do Instituto Macrobiótico de Portugal. Com a saída destes produtos da roda de alimentos de inverno entram, em substituição, os chás e as sopas. “E os estufados com vegetais e leguminosas também. O feijão é uma ótima fonte de vitaminas, por exemplo”, refere.

Para Francisco Varatojo, a bebida de eleição para o inverno é mesmo o chá, afastando assim os pensamentos idílicos de dias de frio com manta, lareira, caneca de leite quente e bolachas. “O leite é mesmo de se evitar, principalmente no inverno.”, alerta. O especialista em macrobiótica refere que as propriedades do leite provocam mucosidades que, mais tarde, acabam por resultar em constipações, rinites e sinusites.

O mito da laranja E se o leite era a solução das nossas mães para gargantas irritadas e noites frias, não havia quem não recomendasse um copo de sumo de laranja mal se fizesse ouvir o primeiro espirro. “Foi um bom trabalho de marketing dos produtores de laranja norte-americanos”, ironiza Francisco, justificando assim que o fruto seja sempre tido como principal fonte de vitamina C.

Lillian Barros corrobora a opinião e começa a elaborar uma lista de alimentos com mais vitamina C do que a laranja, mas que acabam sempre esquecidos. Podem ser menos conhecidos, como o camu-camu, ou tão banais como o kiwi, a papaia e o pimento vermelho cru (cozinhado perde propriedades). “É mesmo um mito urbano à volta da laranja. Até porque no inverno apetece mesmo é um chá quente, e não um sumo de laranja gelado”, refere a nutricionista.