Sentiu algum alívio no seu último dia no Palácio de Belém?
O maior alívio que senti não foi agora. Foi há mais anos e até foi público com uma fotografia, até engraçada, que diziam que valia mil palavras. Quando o meu marido perdeu as eleições para Presidente em 1996, é publicada uma fotografia minha com um sorriso enorme. Aí (em ‘96) é que senti verdadeiramente um alívio. Tinha sido um tempo muito intenso. Havia um certo cansaço. Pensei: ‘agora acabou’. Estava enganada, mas não sabia. Nesse momento, esse alívio é provocado por uma grande sensação que tinha definitivamente acabado.
Essa pausa [entre 1996 e 2006] soube-lhe bem?
Não sabia que era uma pausa, pensei que era definitivo, mas soube-me muito bem.
E esse alívio, ainda que temporário, foi maior que o alívio sentido no último dia em Belém?
Foi maior. Porque no último dia em Belém, já aqui [convento do Sacramento] vinha compor as coisas, já tinha um grande entusiasmo porque ia ter uma vida mais livre e estava muito contente por poder pôr em evidência algumas coisas muito antigas. Sabia que seria uma vida e uma fase completamente diferente. As oito décadas de vida seriam celebradas num espaço que me agradou imenso.
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