Santana Lopes. “Seremos a nova Finlândia”

Santana já está a pensar nas eleições que vêm antes das legislativas: as regionais. Quer ‘ganhar a Madeira’ e ‘teria muito gosto em reconquistar os Açores’. Sobre os debates, ‘sem birras’.

Pedro Santana Lopes seguiu o pensamento recente de Marcelo. O Presidente da República dissera, em entrevista a um jornal espanhol, que os portugueses são «os nórdicos do século XXI» e Santana, candidato a presidente mas do PSD, prosseguiu no género. «Temos que ser a nova Finlândia», propôs esta semana, numa sessão de esclarecimento com militantes ‘laranjas’. «Eles já estiveram na vanguarda da inovação, agora esmoreceram um pouco», avaliou também, sobre o povo europeu do norte, em tempos célebre por empresas como a NOKIA. Para aí chegar, Santana falou em índices como a produtividade e o crescimento económico. «A produtividade tem que aumentar. Estamos a 70% da média da União Europeia. A 70% da média, não do topo. E isso tem de mudar», atirou. «O PIB e a economia real têm de crescer. Por que é que temos de ser menos do que a Espanha ou a França?», disse, em jeito de pergunta retórica. 
Ainda sobre outros Estados-membros da União Europeia, o candidato à liderança social-democrata relembrou a necessidade de uma reforma fiscal que proteja os interesses portugueses.

«Não queremos as empresas do PSI-20 a descontar na Holanda, têm que pôr o dinheiro cá. Temos de criar uma política fiscal atrativa e um Estado funcional e positivo para que as empresas grandes não ponham o dinheiro fora e para os jovens, pequenos e médios empresários se estabeleçam cá». 

«Saúde, Educação, Defesa, Administração Interna, Trabalho Solidariedade e Segurança Social, Cultura. Onde tem funcionado o Estado? Para que pagamos tantos impostos então?»,  aprofundou, provocando a plateia. 

O antigo primeiro-ministro e ex-presidente de Câmara não deixou de mandar algumas bicadas ao seu adversário, Rui Rio. «Não precisamos de políticos-tesoura», disparou contra a doutrina de rigor apertado nas finanças públicas defendida pelo nortenho. «Em política não pode haver birras», aludiu, entendendo-se que falava sobre os recuos de Rui Rio no agendamento dos debates televisivos entre ambos. 

Santana, por sua vez, já ambiciona horizontes, para lá das direitas, mas para cá das legislativas. Entre umas e outras, haverá regionais, e Pedro Santana Lopes assumiu querer «ganhar a Madeira» e teria «muito gosto em reconquistar os Açores». Veremos se alcança a corrida que falta.