Golfe. Profissionais lideram mas amadores brilham e estão bem perto

As Seleções Nacionais da Federação Portuguesa de Golfe e da PGA de Portugal medem forças até amanhã no Montado Hotel & Golf Resort, em Palmela. A formação de profissionais comanda por 5,5-3,5.

A seleção nacional da PGA de Portugal lidera a 6ª edição da Taça Manuel Agrellos, que hoje (segunda-feira) começou no Montado Hotel & Golf Resort e que amanhã termina no mesmo campo de Palmela.
 
A formação dos profissionais, vencedora da chamada Ryder Cup à portuguesa em 2014, 2015 e 2016, é capitaneada pelo presidente da associação, José Correia e soma 5,5 pontos.
 
Por seu lado, a seleção nacional da Federação Portuguesa de Golfe (FPG), campeã da competição em 2012 e 2013, é comandada pelos Treinadores Nacionais, Nélson Ribeiro e Hugo Pinto e conseguiu agregar hoje 3,5 pontos.
 
Há, pois, apenas 2 pontos a separar as duas equipas quando existem ainda 11 pontos em disputa. Qualquer seleção tem legítimas aspirações ao título e os singulares de amanhã serão emocionantes.
 
Apesar do bom tempo que se fez sentir e não obstante a qualidade elevada em que o campo se encontra, os cinco duelos de pares matinais, na modalidade de “fourballs” (4 bolas em jogo) prolongaram-se um pouco mais do que o previsto, devido à competitividade dos mesmos.
 
Isso fez com que os embates de pares vespertinos, disputados na varante de “foursomes” (pancadas alternadas) só tenham terminado no crepúsculo do dia e um dos cinco foi mesmo suspenso por falta de luz natural e adiado para amanhã (terça-feira).
 
Com este cenário, a organização decidiu começar mais cedo a jornada de amanhã, logo às 7h45, para concluir o duelo António Sobrinho/João Carlota (PGA)-Vítor Lopes/Francisco Oliveira (FPG), no qual os profissionais lideram por 1 buraco com 2 buracos ainda por jogar.
 
Logo depois, às 8h00, dar-se-á o início à sessão dos 10 confrontos de singulares.
 
A jornada de hoje foi caracterizada pela qualidade de jogo dos amadores. Basta dizer que nos “fourball” da manhã, a FPG comandava 4 dos 5 duelos após o buraco 8 e nos “foursomes” da tarde passava-se exatamente o mesmo depois do buraco 9.
 
As grandes figuras dos amadores foram Pedro Lencart e João Girão, a única dupla a vencer ambos os encontros, derrotando Gonçalo Pinto e Miguel Gaspar por 1 buraco (“fourball”) e Tiago Cruz e João Ramos por 2/1 (“foursomes”).
 
Estes resultados não podem ser considerados uma surpresa, pois Pedro Lencart, aos 17 anos, apresenta um ritmo competitivo digno de um profissional e está a viver uma época de sonho, enquanto João Girão cresceu muito como jogador, sobretudo em confiança, desde que foi estudar e competir nos Estados Unidos.
 
Nos últimos anos, os selecionadores nacionais da FPG têm apostado várias vezes neste par em Campeonatos da Europa e são uma dupla extremamente bem entrosada.
 
O mesmo raciocínio pode fazer-se em relação aos irmãos Ricardo e Hugo Santos. Costumam emparceirar na Taça Manuel Agrellos e até já competiram juntos numa Taça do Mundo de profissionais.
 
Os “manos” Santos estão igualmente invencíveis, embora de manhã tenham empatado com Afonso Girão e Vasco Alves. À tarde soltaram todo o seu talento e vergaram Gonçalo Teodoro e Daniel Rodrigues, dois jovens de sub-16, por 5/4.
 
Note-se que a PGA de Portugal poderá ainda chegar ao final dos pares com uma equipa com duas vitórias, tal como aconteceu com a FPG.
 
Bastará que amanhã António Sobrinho e João Carlota sejam capazes de triunfar no tal “match” suspenso por falta de luz.
 
«Apesar de estarmos a perder, a verdade é que na parte da manhã todos os “matches” terminaram no último buraco, o que demonstra que houve algum equilíbrio. À tarde ganhámos dois “matches” e perdemos dois. Gostei de ver os jogadores porque primaram pela organização, pela motivação e neste momento sinto-me satisfeito», considerou o selecionador nacional da FPG, Nelson Ribeiro, em declarações à SportTV.
 
Pedro Lencart e João Girão, também em entrevista concedida em simultâneo à mesma TV, disseram-se convencidos de que a FPG pode dar a volta ao resultado.
 
«Eles têm um estatuto superior ao nosso e isso dá-me mais vontade de jogar melhor e de ganhar-lhes», disse João Girão.
 
«É muito especial defrontá-los – acrescentou Lencart – porque são mais velhos do que nós. Quando eu tinha 12 ou 13 anos olhava-os como os meus ídolos e agora jogar contra eles e ganhar-lhes é uma grande sensação. Amanhã é como o Joao disse, é para ganhar. Quero ganhar o meu “match” e ajudar os outros».
 
Claro que os tricampeões não estão pelos ajustes, não querem facilitar e desejam, pelo menos, manter a vantagem que já foi alcançada hoje nos pares, como deu a entender José Correia.
 
«É nossa responsabilidade provar em campo a qualidade que temos. Claro que há uma pressão suplementar nisso e o que pedi aos meus jogadores foi que fossem sérios no campo e que respeitassem a outra equipa. Creio que isso foi hoje conseguido e amanhã será o mesmo», disse o presidente da PGA de Portugal.
 
«Houve muita qualidade, muito equilíbrio, os nossos jogadores estão a ter dificuldades frente a esta seleção amadora muito jovem mas cheia de vontade e com uma motivação extra para defrontar os melhores profissionais. Não foi uma surpresa para nós e creio que amanhã será também este o mote», concluiu José Correia.
 
Ricardo Santos e Hugo Santos admitiram que de manhã sentiram algumas dificuldades nos “greens” mas que depois retificaram essa lacuna à tarde e declaram-se prontos para responder amanhã ao desafio, mas não deixaram de apreciar o que viram dos mais novos.