"São certamente preocupações que nós partilhamos. De resto, temos sinalizado muitíssimas vezes", disse Assunção Cristas, para quem é "positivo" falar-se de "défice e contas controladas", mas também "é muito importante perceber" como se chega a esse ponto.
"O CDS tem sido muito crítico em relação à forma como se atingem estes resultados, nomeadamente com quebras muito grandes na qualidade do serviço público", afirmou a líder centrista, frisando que não interessa apenas os orçamentos aprovados, mas a sua execução.
Assunção Cristas, que falava em Castanheira de Pêra e citada pela agência Lusa, recordou a este propósito um diploma recentemente aprovado, pelo qual o seu partido "se bateu muito", que vai permitir saber a cada mês que áreas "estão a ser objeto de cativações".
Numa nota no portal da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa deixou, na sexta-feira, "quatro chamadas de atenção" em relação ao OE 2018. O chefe de Estado alertava para eleitoralismos e pedia incentivo ao tecido empresarial e "sensatez orçamental" aquando do debate em torno das despesas de funcionamento do Estado.
“Apesar do panorama positivo na economia europeia e mundial, a sua evolução em 2018 pode não ser tão favorável como em 2017”, lê-se na nota. Recordando que em 2019 há duas eleições, Marcelo diz que “não pode, nem deve, significar cedência a eleitoralismos, que, além do mais, acabem por alimentar surtos sociais inorgânicos, depois difíceis de enquadrar e satisfazer”.
“A necessidade de garantir duradouramente crescimento e emprego, e redução das desigualdades sociais, deve apontar para o papel crucial do investimento interno e externo, que o mesmo é dizer para o incentivo ao determinante tecido empresarial, em particular, às micro, pequenas e médias empresas, assim como para a prudência do sistema financeiro, nomeadamente quanto ao crédito imobiliário e ao consumo”, acrescenta o Presidente da República.