O ministro das Finanças, presente na cerimónia de tomada de posse de José Rodrigues de Jesus, sublinhou o “papel muito relevante” que a profissão de Revisor Oficial de Contas (ROC) continuará a desempenhar em termos económicos e sociais, não sendo possível imaginar o funcionamento da Economia “sem a existência de uma classe profissional que assegure a atividade de auditoria financeira”.
De acordo com Mário Centeno, em Portugal, “a severidade da crise financeira abalou a confiança dos mercados”, pelo que a atuação do ROC “tem sido essencial para o reforço da confiança nas economias e para o reforço da credibilidade das empresas”.
O governante acrescentou que os revisores são “elementos indispensáveis ao crescimento económico, ao investimento e ao desenvolvimento dos mercados de instrumentos financeiros” e pediu colaboração entre o Governo, a OROC e os supervisores e reguladores na sua melhoria constante.
Em Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) é a entidade responsável pela supervisão dos ROC e dos auditores.
O contributo da atividade do ROC para o interesse público foi partilhado pelo novo bastonário da OROC. José Rodrigues de Jesus define que o novo quadro é de “hipersensibilidade dos mercados, sofisticação de práticas negociais, desmaterialização e digitalização, inovação tecnológica de processos e novas matrizes da gestão moderna”.
Daí que a exigência seja de “profissionais superiormente qualificados e com conhecimentos em permanente atualização, suportados por normas e arquétipos irrepreensíveis” na prossecução do “caminho de utilidade social da profissão”.
De acordo com Rodrigues de Jesus, sendo a “credibilidade da informação financeira um bem social de necessidade inquestionável, a OROC mostra-se empenhada em investir na melhoria da prática de Auditoria, partilhando “este esforço com todos os agentes com responsabilidades na qualidade da informação financeira”.
O novo Bastonário da OROC, na cerimónia de tomada de posse dos novos Órgãos Sociais da OROC para o triénio 2018-2020, lembrou que profissão sempre viveu desde a criação da Ordem, nos anos de 1970, tempos de “instabilidade” com mudanças regulatórias que acompanham a evolução da sociedade, da economia e a sofisticação de mercados e negócios.
Quatro Eixos
A intervenção definida para a OROC para o triénio que agora se inicia integra quatro eixos complementares. O primeiro é promover um diálogo aberto e colaborativo com entidades públicas e autoridades de regulação e de supervisão, tendente a melhorar a sua posição de parceiro num mercado transparente;
Depois, desenvolver mecanismos que proporcionem melhor reconhecimento social e económico da profissão de forma a atrair mais jovens, com acrescidas e melhores competências.
O terceiro eixo é a manutenção de um quadro de aperfeiçoamento constante da qualidade dos serviços prestados, como garante de credibilidade junto das empresas, entidades públicas, reguladores e outros tendo em vista o interesse público;
Por fim, a OROC pretende uma maior formação dos profissionais, de modo a que sejam absorvidas as dimensões normativas, técnicas e deontológicas da atividade e incorporada a acelerada evolução tecnológica.