Sempre que membros do governo “vão a uma urgência escondem-se os doentes em qualquer sítio, até debaixo de escadas”. A denúncia é de Ana Rita Cavaco, Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, em declarações ao i. “Não é a esconder a verdade que vamos resolver o problema. É muito triste que isto aconteça”. Uma prática que os enfermeiros do Hospital de Faro também denunciaram numa carta tornada pública este fim de semana. “Tudo muda quando somos visitados pela comunicação social num mágico ‘empurrar de gente doente para baixo do tapete’ e em que parece tudo ser apenas ‘mais um pico de afluência’”, pode ler-se no documento.
As denúncias de situações de caos nas urgências dos serviços de saúde públicos nacionais têm sido inúmeras nos últimos dias. Um desses casos foi o do Hospital de Faro, quando um conjunto de enfermeiros enviaram uma missiva à presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) a denunciar a incapacidade de resposta do serviço e o risco que representa para os utentes. Na mesma nota, alertam para a insuficiência de enfermeiros. Na carta, não assinada pelos enfermeiros por medo de possíveis represálias, pode ler-se que a “crescente degradação das condições assistenciais (…) arrasta-se há mais de dois anos”, em que os doentes são sujeitos a “condições deploráveis”. Uma situação que segundo os enfermeiros acontece “com conhecimento e conivências do CA [Conselho de Administração” do hospital.
Leia mais na edição impressa do i desta segunda-feira