O passado de cada um dos candidatos voltou a dominar e a animar o debate entre Santana Lopes e Rui Rio.
Voltaram a tratar-se por tu, mas desta vez foi Rui Rio a entrar ao ataque e a levar para o debate, na TVI, recortes de jornais para tentar comprometer o adversário. "Santana arrasa Passos" ou "Santana revoltado com o PSD" foram algumas das notícias que o ex-autarca do Porto exibiu para provar que não foi ele quem andou a fazer críticas, em público, a Pedro Passos Coelho.
Santana quis saber de quando eram os jornais. Rio explicou-lhe que eram de 2010, 2011 e 2015. "Tive discordâncias com o governo de Passos Coelho, mas nunca vim a público fazer qualquer crítica", garantiu Rio.
Mas não ficou por aqui e quis também provar que Santana estava mais próximo de António Costa do que ele. A prova era uma entrevista em que Santana Lopes tinha afirmado que o actual primeiro-ministro era o político "mais hábil" desde o 25 de Abril. "Não devo nada a António Costa nem ele a mim", acrescentou Rui Rio.
Santana admitiu que tinha "as maiores reservas em relação a Passos Coelho, mas ele superou as expectativas todas".
Não demorou muito tempo para que os dois candidatos voltassem a discutir quem fez o quê em 2005 quando Santana Lopes era primeiro-ministro. Santana lembrou que, num comício no Porto, na campanha eleitoral, o ex-autarca criticou a decisão de Jorge Sampaio que levou à queda do seu governo. "Qual é a justificação para ter dito isso e agora já não dizer?", questionou. Rio insistiu na ideia de que Santana "terá muita dificuldade em convencer o povo português de que a segunda oportunidade será diferente da primeira".
Os dois candidatos garantiram que é possível ganhar as próximas eleições legislativas a António Costa. O ex-presidente da câmara do Porto defendeu que "há fragilidades neste governo que o tempo vai mostrar". Santana acredita que será capaz de ganhar com "um projecto alternativo à frente de esquerda".
O debate voltou a aquecer com Santana Lopes a acusar o outra candidatura de não ter como prioridade o crescimento económico e de ter o discurso do "défice zero". O ex-líder do PSD acusou ainda Rui Rio de querer lançar um novo imposto. Rui Rio defendeu, no final do ano de 2016, a criação de um imposto para pagar os juros da dívida. "Ainda bem que falaste nisso para eu explicar", disse Rio, que acabou por não voltar ao assunto durante o debate.
A renovação do mandato de Joana Marques Vidal levou os candidatos a assumirem posições diferentes. Rio revê-se totalmente na posição do Presidente da República de que este é "um não assunto". Santana Lopes assumiu uma posição mais clara e defendeu que o mandato da actual Procuradora-Geral da República deve ser renovado.
Rio tratou Santana por "Pedro", Santana tratou o adversário por "Rui". Um deles será eleito presidente do PSD no próximo dia 13.