Venezuela. Piloto que tentou golpe sofre cerco violento

Oscar Pérez apareceu ensanguentado nas redes sociais dizendo que estava a tentar render-se mas o governo o queria matar. 

O homem que em julho pilotou um helicóptero roubado à polícia forense pelos ares de Caracas e lançou granadas contra o edifício do Supremo Tribunal foi esta segunda-feira alvo de uma rusga violenta pelas autoridades venezuelanas, que invadiram um edifício onde se encontrava na companhia de sujeitos armados.

De acordo com o governo de Nicolás Maduro, a operação decorreu a meio da tarde em El Junquito, nos arredores da capital – início da noite em Portugal – e terminou com “vários terroristas mortos”, assim como dois polícias. As autoridades, que ainda nada adiantavam sobre os destinos de Oscar Pérez, dizem que cinco pessoas foram detidas. 

As últimas informações sobre Pérez foram transmitidas pelo ele próprio através das redes sociais – foi também por este meio que o ex-militar e polícia comunicou ao país que a operação de julho marcava o início de uma insurgência armada contra o governo de Maduro.

Pérez publicou esta segunda-feira várias gravações informando que estava sob fogo das autoridades governamentais e que no edifício onde se encontrava com os companheiros estavam também civis. “Estão a disparar com granadas de foguete”, disse Pérez, que aparece à câmara ensanguentado e dizendo que estava a tentar negociar a sua rendição.

 

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O governo de Maduro designou-o um terrorista em julho, defendendo que Pérez tem ajuda dos Estados Unidos para tentar um golpe de Estado na Venezuela.

Nos vídeos que publica esta segunda, Pérez pede aos venezuelanos que “tenham força”. “Há civis neste sítio”, ouve-se dizer ainda o ex-militar venezuelano. “Nós já comunicámos a dizer que nos queremos entregar, mas eles não nos deixam entregar. Querem-nos matar.”