O secretário de Estado das Florestas revelou esta quarta-feira que “ainda existem 57 municípios que não têm Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios aprovados”.
Miguel Freitas explicou que o Governo disponibilizou uma equipa do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) para acompanhar este processo: “lançámos um alerta, fizemos um contacto com cada um dos municípios e disponibilizámos uma equipa do ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] para acompanhar a preparação do processo para aprovação dos planos [PMDFCI], que se não forem concretizados terão um impacto negativo no orçamento dos municípios”.
"O país não está satisfeito com a floresta que tem. Temos que mudar, temos que fazer aquilo que é preciso para que a floresta se ajuste melhor àquilo que são as novas condições que se vivem nos territórios rurais", afirmou o secretário de Estado, acrescentando que 2017 foi um ano “trágico” e que é preciso “pensar no futuro”.
Miguel Freitas disse ainda que o Governo tem agora três prioiridades em relação às florestas: a preservação dos recursos do solo e da água, os parques de madeira ardida e a proteção das matas públicas.
"A floresta portuguesa está quase toda assente em solos de fraca qualidade e quando ocorrem incêndios o que acontece é que, como não fazemos o trabalho bem feito, perdemos ainda mais solo e perdemos ainda mais qualidade dos solos que temos”, explicou o governante, que considera “essencial” a questão da estabilização de emergência dos solos ardidos, que não está a ocorrer mais rapidamente devido à existência de “muros burocráticos”, disse Miguel Freitas.
“Foram feitas 12 estabilizações de emergência no último ano (…) Pela primeira vez em Portugal houve ações de estabilização no ano em que os incêndios ocorreram", reforçou o governante.
Recorde-se que os grandes incêndios do ano passado – em junho e outubro – mataram, ao todo, 11 pessoas e fizeram mais de 300 feridos.