Depois de António Costa ter aberto a porta à criação das listas transnacionais para o Parlamento Europeu durante a cimeira dos Países do Sul da União Europeia, o Bloco de Esquerda pediu, "com caráter de urgência", a audição do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
No requerimento assinado pela deputada Isabel Silva, "não se compreende esta tomada de posição por parte do governo português, que é contrária a tudo o que veio a ser decidido ou debatido". Para o partido, e "considerando as tomadas de posição da Assembleia da República", "não se percebe que o primeiro-ministro tenha sequer colocado a hipótese de apoiar a criação de listas transnacionais como sendo parte do fortalecimento da dimensão demográfica da União Europeia".
Também o PSD tinha pedido a audição do ministro. Ao SOL, Duarte Marques considera ser "uma cedência de António Costa a Macron, à revelia do país, sobretudo contra o interesse do país". "É revoltante e pouco democrático", acrescenta.
A ideia da criação de listas transnacionais partido do presidente francês Emmanuel Macron e pretende colmatar a saída dos deputados europeus do Reino Unido. Com o Brexit, ficarão disponíveis no Parlamento Europeu 73 lugares que, segundo Macron, deveriam ser preenchidos através de listas de famílias partidárias compostas por elementos dos vários países.
Pedro Silva Pereira é um dos redatores da proposta sobre o número de deputados pós-Brexit que será votada dia 23 de janeiro na comissão parlamentar e discutida no Parlamento Europeu entre 5 e 8 de fevereiro.