Os trabalhadores da Autoeuropa continuam contra os novos horários. A insatisfação levou ao agendamento de uma vigília, à porta da fábrica em Palmela, contra a imposição da obrigatoriedade de trabalhar aos sábados. Na base do protesto está o movimento “Juntos pelos Trabalhadores da Autoeuropa”, que junta vários trabalhadores, mas está à parte da comissão de trabalhadores (CT) e dos sindicatos.
“Nos plenários foi expresso à comissão de trabalhadores que estávamos contra este modelo de horário. Em cinco plenários marcámos greve, só num dos seis plenários a greve não passou. Mas os sindicatos estão reticentes em marcar greve, e a CT, pelos vistos, não está muito do nosso lado, não sei porquê. E é importante marcar aqui uma posição e dizer que estamos contra este horário, porque este horário é ilegal”, disse Luciano Silva, porta-voz do movimento, citado pela RTP.
Recorde-se que, no final de dezembro do ano passado, os trabalhadores da fábrica de Palmela declararam guerra à comissão de trabalhadores por não se sentirem representados e criaram o movimento Juntos.
Como o “SOL” avançou por esta altura, a guerra não se limita à implementação dos novos horários de trabalho que estão a ser impostos pela administração a partir de janeiro e sobre os quais, ao que o semanário apurou, não há qualquer margem de negociação. Estende-se agora à própria comissão de trabalhadores. O “SOL” sabe que há um grupo de trabalhadores que não se sentem representados pela estrutura liderada por Fernando Gonçalves e já fizeram um abaixo- -assinado para apresentar várias propostas alternativas às que foram apresentadas pela CT.
Foi com base nesse documento criado pelo movimento Juntos que os trabalhadores aprovaram dois dias de greve marcados para dias 2 e 3 de fevereiro, altura em que já terão entrado em vigor os novos horários de trabalho, caso a administração da fábrica de Palmela não tenha recuado nas suas intenções. No entanto, para que a paralisação se concretize é necessário que seja convocada pelos sindicatos, como o Site-Sul, que foi o rosto da última greve.
Ao mesmo tempo, este grupo de trabalhadores defende que em “todos os passos no processo de negociação com a administração, a comissão de trabalhadores se apresente com um advogado”.
Recorde-se que também em dezembro do ano passado foi falada a redução da idade de reforma.
Para isso, a estrutura liderada por Fernando Gonçalves defendia a criação de um grupo multidisciplinar. De acordo com o caderno reivindicativo a que o SOL teve acesso, “o objetivo é apresentar uma proposta ao parlamento com o objetivo de reduzir a idade da reforma para trabalhadores em regime de turnos rotativos na indústria automóvel”. Com S. P. P.