Pelo menos dez pessoas morreram e mais de vinte ficaram feridas, depois de um grupo de homens armados ter invadido a sede da organização não-governamental humanitária Save The Children em Jalalabad, no Afeganistão, na manhã desta quarta-feira. O ataque foi reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico que, através de um comunicado, revelou que pretendia alvejar “instituições britânicas e suecas”.
O assalto começou por volta das 9 horas (4h30 em Portugal continental), com a detonação de um carro-bomba nas imediações do edifício. De acordo com a Al-Jazeera, os atacantes aproveitaram o aparato para entrar nas instalações da ONG, valendo-se de lança-granadas e de armas de fogo, tendo-se seguido um intenso combate com as forças militares afegãs, que se arrastou durante quase 10 horas.
Entre os mortos confirmados contam-se um civil, dois guardas da Save The Children e dois soldados. Dos 27 feridos, pelo menos 9 são membros das equipas de segurança afegãs.
Ao “Guardian” um representante das autoridades da província de Ningarhar, contou que foram resgatadas perto de 50 pessoas da cave do edifício, durante os combates entre os assaltantes e os soldados afegãos.
Contactado por aquele diário britânico, um funcionário da organização humanitária diz que ouviu uma “enorme explosão” e que viu o grupo de atacantes invadir os escritórios. “Abriram as portas, lançaram granadas e abriram fogo. Corremos para a cave [e] vi seis dos meus colegas feridos. Estávamos apavorados e trancámos a porta”, contou a testemunha.
A Save The Children – que opera no Afeganistão desde 1976 – emitiu um comunicado em que se se afirma “devastada” com os ataques e anuncia a suspensão temporária das suas atividades no país. “A nossa primeira preocupação é a segurança dos nossos funcionários. Mantemo-nos empenhados em retomar o mais rapidamente possível as nossas operações e trabalho de salvamento, mas apenas quando nos garantirem que é seguro fazê-lo”, lê-se no comunicado.
16:44: updated statement on the situation in Jalalabad #Afghanistan pic.twitter.com/JISuqSDDIn
— Save the Children (@save_children) 24 de janeiro de 2018