Luís Marques Guedes, ex-ministro do governo de Passos Coelho e ex-presidente do grupo parlamentar na liderança de Manuela Ferreira Leite, recusou a hipótese de ser (novamente) líder de bancada do PSD.
A notícia foi avançada por Luís Marques Mendes, antigo presidente do partido, no seu comentário semanal na SIC Notícias, e confirmada ontem pelo i.
Marques Guedes, que já desempenhou a função e havia inclusivamente sido falado para regressar enquanto sucessor de Luís Montenegro (no verão de 2017), não aceitou assim o convite de Rui Rio, que o preferia – desta vez como sucessor de Hugo Soares, somente no cargo há seis meses, mas dono de longa lista de controvérsias (de “exigir” ao Ministério Público a lista de nomes das vítimas dos incêndios a defender alterações à lei do financiamento partidário chumbadas pela Presidência da República).
Marques Guedes era o favorito de Rio até antes de este vencer a eleição para presidente do PSD, já o conhecendo bem dos tempos em que ambos estiveram com Ferreira Leite e vendo no social-democrata alguém com perfil suficientemente senatorial para apaziguar as tensões internas na bancada. Afinal, Hugo Soares recusou colocar o lugar à disposição, mesmo após o candidato que apoiou ter saído derrotado. Marques Guedes, que não apoiou publicamente nem Rio nem Santana, optou por excluir-se da equação para esse lugar.
Os únicos vice-presidentes em funções que apoiaram Rui Rio foram Adão Silva e António Leitão Amaro, e nenhum dos dois manifestou vontade de ficar com o lugar que é ainda de Hugo Soares. Sendo natural que Rui Rio pretenda refrescar a equipa, mudando deputados entre as pastas respetivas, há alguns apoiantes seus a não menosprezar nessa composição, como Luís Campos Ferreira, Rubina Berardo, Virgílio Macedo ou Cristóvão Norte.
Feliciano Barreiras Duarte, mais próximo da estrutura e de Rio ao longo da campanha pela liderança do PSD, manteve alguma distância da bancada no último ano e não colheria, ao que o i apurou, unanimidade suficiente para poder ser uma escolha.
Fernando Negrão, que até apoiou Pedro Santana Lopes para presidente do partido, foi um nome primeiramente lançado pelo semanário “Expresso” e vem ganhando força. Experiente, como Rio pretende e Hugo Soares não foi; com passado histórico em termos governamentais, como o líder eleito prefere e Hugo Soares não tem; e com a já referida unanimidade, como qualquer um desejaria e Hugo Soares nunca teve.
Ainda há, no entanto, sabe o i, defensores da manutenção do líder parlamentar em funções.