Reembolsos ao FMI, criação de emprego, aumento do investimento, redução da dívida pública e mudanças estruturais na economia. Hoje, em audição no parlamento, o ministro das Finanças enalteceu ainda a diminuição das cativações e o aumento dos salários médios.
Segundo Mário Centeno, as cativações ficaram em 560 milhões de euros em 2017 – “muito inferiores a 2016 e também a 2014”, e o valor de partida do Orçamento do Estado para 2018 é de 1086 milhões de euros: “O valor mais baixo dos últimos cinco anos.”
“Muitos dos senhores deputados ficaram cativos de uma discussão mal colocada”, começou por dizer o novo presidente do Eurogrupo na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa.
No verão do ano passado, os deputados, da esquerda à direita, criticaram a cativação de verbas autorizadas pela Assembleia da República mas cujo gasto está dependente de decisão do ministro das Finanças.
Até agosto de 2017, data da informação mais recente do gabinete de Centeno, estavam descativados 1171 milhões de euros do total de 1881 milhões cativados inicialmente. Segundo um documento da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), a estimativa era de 1776 milhões de euros cativos este ano.
Sobre os salários e em resposta à exigência de um aumento por parte do Bloco de Esquerda, Centeno argumentou que já estão a crescer. O ministro das Finanças disse que o salário médio cresceu 2% em Portugal no ano passado, considerando que “há um reforço significativo da dimensão salarial” que pode ser visto também através das contribuições salariais, que estão a aumentar 7%.
Isto quer dizer, segundo a simplificação do governante, que “o salário que os portugueses levam para casa, no seu conjunto, está a crescer 7%”.
Na audição parlamentar, o ministro das Finanças destacou também os reembolsos de Portugal ao FMI. Segundo Centeno, estes permitiram poupanças de quase 2000 milhões de euros, 864 milhões de euros dos quais durante esta legislatura.
Emprego e investimento O governante salientou também que o governo foi capaz “de imprimir mudanças estruturais”, não se limitando a colocar pensos rápidos na economia”.
O exemplo trazido foi o investimento. Mário Centeno assumiu que a sua redução ajudou a cortar em 200 milhões de euros o défice em 2016, mas que em 2017 se verificou o inverso. Agora, disse, o investimento “cresce acima de 10%”, com um sublinhado de aumento em todas as componentes – “nas máquinas e equipamentos cresce 15%; na construção, 9%; nos materiais de transporte, 14%”.
O ministro lembrou ainda o investimento na Caixa Geral de Depósitos e no Serviço Nacional de Saúde – onde houve um aumento do número de médicos e enfermeiros – e ainda a subida de 20% do investimento público, um valor que fica “acima do verificado em 2014 e 2015”.
O agora presidente do Eurogrupo afirmou ainda que Portugal tem mais “288 mil empregos do que em dezembro de 2015”, naquele que é o “maior crescimento do emprego desde que há registo mensal” do INE. Segundo Centeno, há “menos 225 mil desempregados do que no início da legislatura” e foi revertida “a maior doença gerada pela forma como o ajustamento foi feito em Portugal”.