E-commerce. Cada vez mais compras online e com tendência para subir

Com cada vez mais pessoas a utilizarem a Internet e a fazerem compras online, o comércio eletrónico está num momento de viragem potenciado pela combinação entre o social e o mobile que torna o consumidor cada vez mais exigente e sofisticado

O comércio eletrónico (e-commerce) em Portugal continua a crescer e em 2017 mais de um terço dos portugueses (36%) fez compras online, num valor total de 4,6 mil milhões de euros. A este montante somam-se ainda 70 mil milhões de euros em negócios online efetuados pelas empresas e pelo Estado.

De acordo com a última edição do Estudo da Economia Digital em Portugal, desenvolvido pela ACEPI – Associação da Economia Digital em Portugal em parceria com a IDC, consultora internacional de tecnologia, os números comparam com 13% de portugueses que compravam online em 2009 e com os 59% que o deverão fazer até 2025, quando o valor das compras deverá chegar aos 8,9 mil milhões de euros. Nesse ano, espera-se que o volume de negócios efetuado online pelas empresas e pelo Estado venha a ascender aos 132 mil milhões de euros.

O Estado está obrigado a comprar na Internet desde 2009 (ano em que os negócios chegaram aos 24 mil milhões de euros), com algumas exceções por ajuste direto e para montantes baixos.

Apesar da tendência de subida de compras nos sites portugueses, 50% ainda foram feitas fora de Portugal. De acordo com o estudo, 85% dos portugueses que compram online já o fizeram em sites estrangeiros e a China já é o país onde os portugueses compram com mais frequência. Os sites mais utilizados para compras são o eBay, a Amazon e AliExpress, da chinesa Alibaba.

Vestuário e acessórios de moda, equipamentos móveis e acessórios e equipamento informático foram os produtos mais comprados online pelos portugueses em 2016.

Segundo a ACEPI, há “muito espaço para as empresas portuguesas aumentarem a sua presença na internet e a sua pegada no comércio eletrónico”. Além disso, lembrou o presidente da associação num encontro com jornalistas, “há 1,4 mil milhões de compradores online, e 700 milhões a comprar fora do seu país, e a tendência é para continuar a aumentar”. Para Alexandre Nilo Fonseca, “vivemos um momento crucial de viragem, onde empresas portuguesas têm no comércio eletrónico uma excelente oportunidade para endereçarem mais facilmente um mercado de proporções incomparáveis”.

Mas em 2016 apenas 27% das empresas portuguesas efetuaram negócios online (9% das microempresas; 25% das pequenas empresas; 36% das médias empresas; e 54% das grandes empresas) e só 17% do seu volume de negócios foi proveniente de clientes no estrangeiro.

De acordo com o estudo, em 2020 mais de metade da população mundial utilizará a Internet e em 2025, dos sete mil milhões de pessoas do mundo, 68,4% estarão online. Destas, 36,7% vai fazer compras na Internet.

E-commerce 4.0 O crescimento exponencial do comércio eletrónico em todo o mundo é resultado da massificação do acesso à Internet e da explosão das redes sociais. Segundo Alexandre Nilo Fonseca “é na componente comercial das redes sociais que nasce o marketing digital”, o que tem alterado o perfil do comprador online, que no futuro próximo vai assentar “numa combinação do social, moblie e e-commerce”. O responsável da ACEPI prevê que “a próxima geração do e-commerce vai ser caracterizada por dispositivos móveis ativados por voz – como o Google Home e o Amazon Eco – e a introdução da Inteligência Artificial”, que vai ajudar na previsão do comportamento do consumidor, introduzindo um conjunto de variáveis de previsão em função da utilização no passado”.

O responsável considera que “conteúdo, comércio, comunidade, contexto, personalização e pesquisa vertical serão as palavras chave do e-commerce em 2018”, que irá também refletir a rápida transformação digital dominada pela cloud, pelo mobile, pela big data e pelas redes sociais que está a ocorrer de forma transversal em toda a economia”.

Destaque ainda para o perfil do consumidor 4.0 – vê e experimenta na loja física, tornando-a num showroom, e depois compra online; ou faz todo o processo de seleção online e depois compra na loja física (webrooming) – que se irá consolidar de forma mais acentuada a partir deste ano. “O digital vai ser cada vez mais sofisticado por parte do consumidor, mas ainda com muito por fazer por parte das empresas”, resume Alexandre Nilo Fonseca.