Kequyan Lam, no esqui de fundo, e Arthur Hanse, no esqui alpino, serão os representantes das cores portuguesas nos Jogos Olímpicos de Inverno que vão decorrer entre 9 e 25 de fevereiro na Coreia do Sul.
A apresentação da missão Olímpica decorreu esta segunda-feira na sede do Comité Olímpico de Portugal, em Lisboa, um dia antes da partida para PyeongChang, com a presença do presidente do Comité Olímpico Português, José Manuel Constantino, e do Secretário de Estado do Desporto, João Paulo Rebelo.
Entre a comitiva portuguesa, de seis pessoas, que segue esta terça-feira para a Coreia está o presidente da Federação Portuguesa de Desportos de Inverno, Pedro Farromba. Apesar do líder do organismo que rege as modalidades de Inverno em Portugal admitir ao SOL que as medalhas «não estão no horizonte», Farromba lembra a importância dos Jogos Olímpicos como «forma de promover as modalidades de Inverno».
Embora o dirigente tenha noção das dificuldades para a prática do desporto no país, dado que «a Serra da Estrela continua a ser o único local onde é possível treinar esqui ou snowboard», Pedro Farromba acredita que o número de representantes lusos no próximo ciclo olímpico pode aumentar.
Farromba explica ao SOL a tática levada a cabo pela FPDI para aumentar o número de atletas portugueses: «Temos estreitado as relações com comunidades portuguesas dos países onde há maior tradição de desportos de inverno». Farromba, que também foi o representante máximo da armada lusa em Sochi 2014, na Rússia, desvenda ainda quais são, na sua opinião, os próximos jovens promessas que podem vir a dar muito que falar, não só nas próximas Olimpíadas como nos campeonatos do mundo e nas competições internacionais de desportos de Inverno. Vanina Oliveira, de apenas 15 anos, e Christian Oliveria, de 18 anos, são, na perspetiva do presidente da FDIP, dois membros de um grupo de jovens que estão a apostar seriamente na suas evoluções, tendo ambos inclusivamente viajado para fora de Portugal.
Coreia do Norte e do Sul e os ‘JO da paz’
Estas Olimpíadas vão certamente ficar na história por vários motivos, mas antes da competição arrancar já há muito para contar. Em guerra há mais de 60 anos, as Coreias chegaram a acordo relativamente aos atletas das duas nações desfilarem em conjunto sob uma bandeira da ‘Coreia unificada’ na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang. Além disso, as duas nações formam, pela primeira vez na história de umas Olimpíadas, uma equipa conjunta feminina de hóquei no gelo. Aqueles que já são considerados os ‘JO da paz’ vão acontecer depois de um período em que a península viveu períodos bastante agitados. Recorde-se que os últimos meses têm ficado marcados pelos vários testes nucleares e de mísseis balísticos levados a cabo pelo regime norte-coreano. Há ainda quem acredite que a competição que foi capaz de unir a Coreia do Norte e a Coreia do Sul sirva de mote à evolução da relação política com os Estados Unidos.