A Procuradoria-Geral da República já confirmou, oficialmente, que foi a PSP quem deu a informação ao MP sobre a presença do ex-vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, em Portugal, no passado fim de semana, que levou à emissão pelo tribunal de um mandato de detenção para notificar o mesmo da acusação de que é alvo em Portugal.
No passado domingo, fonte da direção da PSP tinha afirmado ao Diário de Notícias que não havia qualquer envolvimento por parte destas autoridades no processo, apesar de, no requerimento do MP ao tribunal, estar presente essa referência. "Confirma-se o requerimento do MP, o qual, reitera-se, se fundamentou em informação fornecida pela PSP", refere agora fonte oficial da PGR.
A informação avançada por esta força de segurança revela-se agora errada, uma vez que Manuel Vicente não se encontrava em Portugal nessa data.
Segundo o despacho do tribunal, a que a agência Lusa teve acesso, o mandado tinha apenas a duração de dois dias, sendo que era válido apenas para o fim de semana.
João Lourenço, o presidente de Angola, devido a todo este processo congelou todas as visitas de Estado entre Portugal e Angola.
Manuel Vicente é acusado de ter corrompido o antigo procurador Orlando Figueira com o pagamento de 760 mil euros para fossem arquivados dois inquéritos nos quais era visado.