“É Carnaval, ninguém leva a mal.” No que à segurança diz respeito, a realidade não é bem esta, com a PSP e a GNR a avançarem com operações por todo o país para garantirem a segurança tanto na estrada como nas festas. E as preocupações com o terrorismo não ficam de fora das operações montadas.
Desde sexta-feira que a GNR tem destacado no terreno um dispositivo reforçado para o patrulhamento e fiscalização rodoviários por saber que por estes dias muitas pessoas se deslocaram para festejar o Carnaval. Os militares têm-se focado nas vias que consideram “mais críticas”, nomeadamente as que “convergem aos locais” onde são mais comuns os festejos por estes dias.
Entre as principais preocupações das autoridades encontram-se precisamente a condução sob influência do álcool e drogas, mas também o excesso de velocidade e a falta de cinto de segurança.
GNR atenta a ataques terroristas Apesar de dar destaque à segurança rodoviária, a GNR também vai estar particularmente atenta à criminalidade mais violenta, nomeadamente a possíveis ataques terroristas. Contactada pelo i, a Guarda não confirmou o uso específico de barreiras antiterrorismo, mas assegurou que existe uma “permanente recolha e troca de informações com entidades nacionais e congéneres internacionais” para orientar as operações.
Ainda no que à ameaça terrorista diz respeito, os militares reforçaram o patrulhamento e emprego de unidades especiais, como a Investigação Criminal e a Intervenção em Ordem Pública.
Segundo informações da GNR, num primeiro balanço, a Operação “Carnaval 2018” registou 646 acidentes rodoviários, os quais causaram cinco mortos e 211 feridos, sendo nove graves. Entre os números da operação também se destaca a apreensão de 868 doses de haxixe e 102 de cocaína, não esquecendo as detenções – os militares detiveram 189 pessoas este fim de semana: 115 por condução sob o efeito de álcool, 16 por condução sem habilitação legal, 16 por tráfico de estupefacientes, dez por furto, seis por posse de arma proibida e, por fim, uma por violência doméstica.
Por seu lado, também a Polícia de Segurança Pública (PSP) se tem focado na fiscalização do trânsito, especialmente na condução sob o efeito de álcool e excesso de velocidade, nos acessos a zonas de diversão ou de maior concentração de acidentes e de pessoas. Uma das preocupações dos agentes é precisamente a “comercialização ilícita de artigos de pirotecnia” por serem nestes momentos que mais acidentes ocorrem, com foco especial nos “estabelecimentos de ensino”.
PSP mantém dispositivo do Natal
Questionada sobre o nível de ameaça terrorista, a PSP declarou que “não existe alteração de níveis de risco”, mas apenas um “direcionamento do policiamento” de acordo com as dinâmicas do período em causa. E relembrou que é comum fazê–lo em períodos de festividades e de grandes deslocações, como o Natal, Ano Novo e Páscoa. Assim, o Carnaval não é uma exceção às regras de segurança da PSP.
Apesar de não ter podido avançar um número concreto para os agentes destacados, a PSP referiu que nos policiamentos estarão envolvidos “mais de 5 mil polícias em Portugal continental, Madeira e Açores”.
Se as autoridades desempenham um papel fundamental na garantia de segurança, também as organizações dos eventos são uma peça fundamental na engrenagem do bem-estar.
O i contactou algumas organizações, mas só a do Carnaval de Ovar respondeu, referindo que desenvolveu “um plano de segurança extenso” em que se incluem todos os eventos e espaços sob a sua tutela.
“Este plano foi concertado entre a Proteção Civil, Bombeiros, Cruz Vermelha, PSP, GNR, INEM, Hospital de Ovar e Centro de Saúde”, explicou. Para reforço, a organização contratou ainda empresas de segurança privadas, nomeadamente a Charo e a Safesegur, e fechou todas as ruas com portões, impedindo que qualquer veículo não autorizado entre nos recintos.
As organizações do Carnaval de Torres Vedras e de Loulé não responderam até ao fecho desta edição.