O debate quinzenal com António Costa voltou a trazer a Saúde ao hemiciclo. Catarina Martins foi a primeira a questionar o Governo sobre os concursos para 640 médicos para a especialização. «Há 700 mil utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sem médico de família e há 640 médicos à espera de serem contratados», disse a coordenadora do Bloco de Esquerda que acrescentou que os profissionais «estão à espera há dez meses».
«Tem o Governo algum objetivo nesta matéria? Com que números é que quer acabar a legislatura tanto na internalização dos meios de diagnóstico como no reforço do financiamento do SNS e para estancar a sangria que tem saído de dinheiro do público para o privado?», questionou Catarina Martins.
Em causa, explicou a deputada, estão «50% do volume de negócios dos privados» que neste momento «é pago pelo Estado, 30% dos quais diretamente do SNS», num total de «1200 milhões de euros» só em análises e meios de diagnóstico. «Se fossem feitos no público ficava mais barato para toda a gente», acrescentou.
De António Costa, a resposta veio inscrita no programa do Governo. «As metas são chegar ao final da legislatura sem nenhum português sem médico de família, é ter uma média de 600 camas de cuidados continuados abertas por ano, 100 novas Unidades de Saúde Familiares», afirmou o primeiro-ministro.
No entanto, Costa advertiu que «não tem a ver com a repartição entre público e privado» mas sim com a «qualidade dos serviços».