Foram muitos anos a dominar o aparelho laranja e a conhecer os militantes como a palma das mãos. Ontem, isso acabou.
Marco António Costa, o antigo porta-voz do PSD e ex-secretário de Estado de Passos Coelho, passa agora a simples militante de base do partido, depois de 28 anos a ocupar cargos nas suas estruturas. Aliás, não falou aos congressistas – provavelmente, também pela primeira vez em muito tempo.
Marco António decidiu pôr o único cargo institucional que detém – o de presidente da comissão parlamentar de Defesa – à disposição da nova direção do partido. Se a nova direção parlamentar, que deverá ser chefiada por Fernando Negrão, e Rui Rio quiserem, Marco António Costa poderá continuar. Se preferirem que seja substituído no cargo, sairá.
Na Comissão de Defesa, uma comissão onde historicamente existe um consenso grande entre o PS e o PSD, durante a presidência de Marco António Costa, todas as propostas que foram a discussão tiveram unanimidade dos deputados.
Marco António Costa era, até agora, vice-presidente do PSD, cargo a que ascendeu quando Pedro Passos Coelho se tornou líder do partido. Foi sempre um nome falado para concorrer à liderança do partido, cenário que afastou no conselho nacional do passado 3 de outubro: “Entendi que também devo sair com ele [Pedro Passos Coelho] e não tenho nenhuma intenção de ocupar cargos no partido”, disse na altura. “É uma honra ter entrado com ele e uma honra maior sair ao lado”, acrescentou nesse conselho nacional.
Enquanto Passos Coelho foi primeiro-ministro, Marco António Costa ocupou os cargos de coordenador e porta-voz da comissão política do PSD.