O presidente do PSD, Rui Rui, garantiu esta terça-feira, após uma audiência de duas horas e meia com o primeiro-ministro António Costa na residência oficial em São Bento, que se irá iniciar "uma nova fase" nas relações entre o maior partido da oposição e o PS. Na conversa com os jornalistas, o líder dos sociais-democratas abordou ainda o tema de Elina Fraga, a nova vice-presidente do partido que tem estado debaixo de fogo, depois da Procuradoria-Geral da República ter anunciado que o Ministério Público abriu um inquérito na sequência de uma auditoria às contas da Ordem dos Advogados, que abrange o mandato da ex-bastonária.
"A doutora Elina Fraga ontem esteve disponível para responder mas depois teve um percalço profissional e não teve a disponibilidade total que queria ter. Ainda deu alguns esclarecimentos mas não deu todos os esclarecimentos. Vai estar hoje totalmente disponível para os senhores fazerem as perguntas todas. Eu vou-lhes pedir uma coisa: façam mesmo todas, não deixem nenhuma pergunta por fazer", asseverou Rio, referindo-se à primeira reunião da nova Comissão Política Nacional, marcada para as 17h00. Perante a insistência dos meios presentes, Rui Rio reafirmou a confiança na nova vice-presidente do PSD: "Respostas? Eu tive todas as que pretendia, os senhores jornalistas é que ainda não. Espero que tenham mais respostas do que eu, porque espero que lhe façam mais perguntas do que aquelas que eu fiz.”
Antes, tinha já abordado a conversa com António Costa, revelando que ainda hoje irá indicar os interlocutores para depois poder encetar o diálogo com o Governo nas áreas da descentralização e do futuro quadro comunitário, o chamado pós-2030. "Estivemos os dois a tratar mais do que possa consubstanciar políticas positivas e não estivemos a carregar naquilo que nos divide", realçou Rui Rio, apontando ainda a justiça e a segurança social, outros dos temas abordados na reunião, como "relevantes, mas não com tanta urgência". "Nunca estará em causa, no caso da segurança social, qualquer alteração à situação presente. É tomarmos as medidas, fazermos a reforma relativamente àquilo que vai ser a segurança social daqui a dez, 20, ou 30 anos", frisou, antes de realçar que, apesar de a reunião ter sido com os líderes dos dois maiores partidos, "não quer dizer" que não venham a ser envolvidas as restantes forças partidárias.