Um estudo realizado pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), avaliou amostras de águas residuais em 60 cidades europeias de 19 países, de forma a analisar os consumos de droga dos seus habitantes e, entre as cidades portuguesas, Lisboa, Porto e Almada foram as que estiveram sujeitas a este estudo, tendo contribuído para o mesmo, profissionais da Faculdade de Farmácia da Faculdade de Lisboa e Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses.
Relativamente à presença de cocaína, as águas residuais de Lisboa revelaram a presença de 271 miligramas (mg) diárias por 1.000 habitantes (258 mg em 2016).
No Porto, também se verificou um aumento – 162 mg diárias por 1.000 habitantes (90,8 mg em 2016).
Já em Almada, os valores rondam os 82,4 mg diários por 1.000 habitantes (68,1 mg no ano anterior).
No entanto, em Lisboa, a quantidade verificada diminui, ainda assim, relativamente aos dados obtidos em 2016: 3 mg diárias por 1.000 habitantes, contra 3,3 mg em 2016.
No norte do país, na cidade do Porto, os níveis detetados o ano passado estavam abaixo do nível de quantificação, assim como no ano anterior (2016). Em Almada foram registados 1,3 mg, quando em 2016 os valores não eram sequer quantificados.
A presença de metanfetaminas registadas na capital portuguesa está abaixo do nível de quantificação, tal como aconteceu em 2016. Contudo, no Porto, manteve-se nos 0,5 mg diárias por 1.000 habitantes. Em Almada este valor também sofreu um aumento – de 0,8 para 0,9 mg diárias por 1.000 habitantes.
Relativamente à presença de ecstasy nas mesmas águas, o estudo indica que foram identificadas 38,3 mg diárias por 1.000 habitantes, ou seja, 26,9 mg diárias por 1.000 habitantes.
No Porto, os valores mantiveram-se nos 10,8 mg diárias por 1.000 habitantes e, em Almada, a presença deste tipo de droga subiu de 2,8 para 9,3 mg diárias, tudo isto entre 2016 e 2017.
Das 56 cidades avaliadas no que diz respeito à presença de cocaína nas águas residuais, Lisboa ocupa o 16.º lugar do ranking, o Porto ocupa a 33.ª posição e Almada a 41.ª posição.
Apesar de tudo, a análise feita às águas residuais aponta para níveis bastante reduzidos relativamente à maioria das cidades do leste da Europa.
Em relação às anfetaminas, a deteção nas águas residuais revela que há uma variação significativa nas várias cidades que foram sujeitas a análises, com os níveis mais altos registados em cidades do norte e leste da Europa.