Depois da crise de 2008, as multinacionais ficaram a pagar menos impostos. Quem o afirma é o Financial Times que analisou os impostos das dez maiores empresas públicas do mundo em cada um dos nove setores.
Segundo as conclusões do estudo, metade da descida resulta do corte da taxa de imposto sobre as empresas feito pelos governos. "Houve muita ação e medidas que são muito visíveis, mas a realidade é diferente. Os cortes nas taxas e as isenções fiscais para a propriedade intelectual foram as forças dominantes no imposto sobre as empresas – e isso reflete a dinâmica contínua da concorrência ao nível fiscal", explica Mihir Desai, professor de Finanças e Direito na Universidade Harvard.
No entanto a diminuição não se aplica a todos os setores. No que toca às empresas industriais e de tecnologia, a média das taxas efetivas de imposto caiu cerca de 13% enquanto nos setores de saúde, bens de consumo e materiais não houve um grande alteração.
O estudo mostra ainda que nos países da OCDE, existe um aumento dos impostos sobre o consumo e sobre os rendimentos dos trabalhadores em paralelo com a diminuição dos impostos sobre as empresas. Os impostos sobre os rendimentos aumentaram 6%, segundo dados da KPMG, enquanto os impostos sobre as empresas caíram 5% desde a crise financeira.