Dezenas de pessoas gravemente feridas e doentes abandonaram esta terça-feira os bairros rebeldes de Ghuta Oriental em busca de cuidado médico nos territórios do regime.
Tratam-se das primeiras travessias pelos corredores humanitários que Damasco e Moscovo promovem há semanas mas que ainda não haviam sido utilizados, parcialmente graças aos bombardeamentos e ataques em curso, e, em parte, dada a desconfiança da população local com o regime de Bashar al-Assad.
Os grupos que abandonaram esta terça o enclave fazem parte de uma lista de centenas de pessoas elaborada pelas Nações Unidas e que diz respeito a cidadãos em risco de vida.
A trégua parcial de cinco horas diárias sugerida há três semanas pela Rússia prevê desde o início o livre trânsito de pessoas pelos corredores humanitários que dão para os territórios do regime, mas tal não se tem observado.
Registam-se, pelo contrário, avanços militares quase diários contra o último grande bastião rebelde nos arredores da capital – segundo as Nações Unidas, morreram já 1100 civis desde o início da ofensiva do governo.
Metade de Ghuta Oriental já está nas mãos de Bashar al-Assad e o equilíbrio de forças altera-se com rapidez na região: esta terça-feira , por exemplo, o governo anunciou um acordo com centenas de homens armados que ocupavam um enclave a sul de Damasco, cedendo o território a troco de livre passagem.
Na frente da guerra do norte, a Turquia anunciou ter completado o cerco às forças curdas que ocupam uma vasta tira de terreno na fronteira, o que para Ancara é inaceitável.
O cerco é um avanço importante para as forças turcas, mas também ameaça abrir um confronto com os norte-americanos, aliados dos curdos no conflito.