Não foi uma semana fácil para Feliciano Barreiras Duarte.
O secretário-geral do PSD não foi à Assembleia da República desde que foi noticiado o desmentido que a universidade de Berkeley fez ao seu currículo e só entrou no seu gabinete na sede nacional, na São Caetano à Lapa, na passada quinta-feira, para coordenar uma reunião acerca da revisão de estatutos do partido.
Nessa reunião, não interveio. E num debate em plenário sobre as leis laborais, ele, que é presidente da Comissão Parlamentar do Trabalho, foi mesmo retirado da lista de intervenientes sociais-democratas.
No dia 13 de março, terça-feira, os deputados do PSD receberam a agenda da reunião plenária que se realizaria no dia a seguir. Barreiras Duarte surgia na agenda como interveniente, assim como as deputadas Sandra Pereira, Susana Lamas e Maria das Mercês Borges e o deputado Pedro Roque.
No entanto, horas depois, a pedido do primeiro vice-presidente do grupo parlamentar, Adão Silva, uma agenda «devidamente corrigida» foi enviada aos parlamentares do PSD em substituição da anterior.
Nesse documento, a que o SOL teve acesso, Adão Silva havia substituído a posição de Barreiras Duarte.
Ao SOL, o líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, justificou a ausência de Barreiras Duarte com «razões pessoais» que lhe haviam sido comunicadas pelo mesmo. O deputado também faltara à audição do ministro das Finanças, Mário Centeno, na comissão parlamentar a que preside.
«No caso não é arguido, mas tendo sido aberto um processo e podendo evoluir para aí, direi que isto faz parte do normal funcionamento das instituições», responderia depois Fernando Negrão aos jornalistas. «Não vejo nenhuma sucessão de casos com dirigentes do PSD, vejo sucessão de casos com muitas pessoas da sociedade portuguesa. O Ministério Público está a exercer as suas funções, não é por isso que as pessoas são mais ou menos sérias», desdramatizou também.