Pelas nove da manhã de um dia de setembro chegava Alberto Soares à estação de Évora para ser recebido por um moço de fretes. Pois nem nove horas nem setembro ou Évora, muito menos moço de fretes, para esta conversa. Só mesmo Alberto e a Aparição, de Vergílio Ferreira, que com a descrição da chegada a Évora deste professor de liceu abria o seu primeiro capítulo. Longe de Évora, bem no centro de Lisboa – na Estufa Fria – encontramos Victoria Guerra. Já não são nove, ainda não é verão, antes o primeiro dia de primavera este em que há a atriz de nos falar desse Alberto que conheceu através de Jaime Freitas quando era ela Sofia em Aparição. Já não o livro, mas a sua adaptação ao cinema por Fernando Vendrell. Conversa que há de nos levar também à série que a atriz acaba de rodar na pele de Snu Abecassis (Três Mulheres, do mesmo realizador, para a RTP) ou ao novo filme da chilena Valeria Sarmiento – também esse adaptado de um outro escritor português. E ao cinema português, à televisão e às novelas. «As pessoas precisam de sobreviver e o cinema não paga contas», dirá. Como dirá também que as faz com prazer. «A novela permite-nos trabalhar sobre a rapidez e [obriga] uma ginástica mental e emocional que é muito importante para um ator». E entre Aparição e gravações num estúdio há mais em comum do que poderá parecer. Afinal foi pelo meio de uma que rodou este filme que chegou esta semana às salas.
Nesta adaptação de Fernando Vendrell da Aparição, de Vergílio Ferreira, interpretas a Sofia, e na série Três Mulheres, que rodaste agora, a Snu Abecassis. São personagens muito diferentes mas têm em comum o facto de serem duas mulheres num mesmo tempo: os anos do Estado Novo. E é a primeira vez que fazes personagens desse período, além da primeira vez que dás forma a uma personagem de uma obra literária portuguesa.
Portuguesa, sim. Já tinha feito uma adaptação de uma obra literária, mas esta é a primeira vez que faço de uma obra portuguesa. Que é muito conhecida, mesmo muito conhecida do público, e muito completa. É importante também haver adaptações dessas, porque temos obras literárias riquíssimas. Mas são personagens completamente diferentes, atenção. Não têm nada a ver. Uma vive em Évora, um meio muito mais fechado, e é muito mais nova – ela é muito nova – e a outra é a Snu Abecassis, que é dinamarquesa, vem de outro país. Têm visões do mundo absolutamente diferentes. A Sofia, apesar de viver bem e de ter uns pais que a incentivam a estudar, vive num meio em que ainda existe um pensamento muito antigo de casar, ter filhos. Ela quer fugir a isso, mas não tem propriamente perceção do que existe no mundo. A Snu Abecassis vem da Dinamarca e quando era bebé teve de fugir com os pais para a Suécia porque a Dinamarca tinha sido ocupada pelos nazis. Os pais tinham um jornal clandestino, a mãe acaba por se divorciar do pai e casa-se com Tor Bonnier, um sueco editor de livros. A Snu vem de uma família muito intelectual e muito libertária, que acredita muito na palavra escrita como forma de fazer evoluir um povo, na educação. E, de repente, quando chega a Portugal, com 20 e poucos anos, e vê um país completamente atrasado, completamente analfabeto, fica absolutamente em choque. E percebe, ou pelo menos acha, que a função dela no mundo é ajudar este povo com a educação que teve, que acredita fazer sentido. E a liberdade da mulher, dos estudantes…
Sim, tanto que acaba por se divorciar quando o próprio Sá Carneiro não consegue. E com isso acaba por morrer com aquele rótulo com que muita gente a via, de «amante» de Sá Carneiro, apesar de viverem juntos.
Mais ou menos, porque o Sá Carneiro nisso também foi incrível e tentou sempre lutar contra isso.
Falava na opinião pública.
O catolicismo ainda estava muito presente e um divórcio era um escândalo para a Igreja. E muitos partidos aproveitaram-se disso para denegrir a imagem do Sá Carneiro. Ele esteve sempre do lado da Snu, houve visitas oficiais em que ele próprio disse «se ela não puder ir comigo, então não vou», ele tinha perfeita noção da importância desta mulher. Que antes até de conhecer o Sá Carneiro fundou uma editora que era a Dom Quixote, que tentou ao máximo fugir à censura. Ela fez uma coisa muito esperta que foram os Cadernos Dom Quixote, que conseguiam fugir à censura prévia. Depois claro que eram confiscados pela PIDE, mas antes de serem confiscados já uns cem tinham sido espalhados. Era a maneira de ela conseguir fugir à censura, acho isto absolutamente lindo. E ela ajudou muitas mulheres. Pelas pessoas com quem fui falando da editora, percebi que a forma de trabalhar dela, a forma como fazia os trabalhadores sentirem-se em casa foi muito importante naquela altura. A Sofia da Aparição é outra coisa.
Mas também a Sofia, no seu meio e à sua medida, é de alguma forma revolucionária. E livre.
Ela queria ser livre. Se era livre e ou não, não sei. A Snu era, dentro dos possíveis. Mas a Sofia é um objeto de ficção, a Snu existiu. E enquanto mulher fez muito por Portugal. Tenho um respeito por ela imenso. A Sofia… era tresloucada, completamente. Autodestrutiva. Era muito nova, queria ser livre e a forma dela de encontrar liberdade era a autodestruição – e a destruição dos outros.
E vemos isso em todas pequenas coisas, até quando destrói os brinquedos.
Os brinquedos, a fuga de casa, o tentar suicidar-se uma série de vezes… Quanto mais próxima se sentia da morte, mais viva ela se sentia. A Snu não era de todo assim. De todo. Tinha muito respeito pela vida e pela vida dos outros. Tinha vindo da Dinamarca e da Suécia, o padrasto dela tinha uma grande editora e ela convivia de perto com escritores [vencedores do] Nobel, é outra coisa.
Vergílio Ferreira fez desta Sofia várias descrições maravilhosas. Sobre a sua beleza, por exemplo: «demoníaca, como a de uma criança assassina».
Sim, de facto a Sofia mexeu muito com o Alberto. Ele não conseguia compreender como é que esta mulher encontrava na autodestruição, na morte, uma forma de vida. Para um existencialista como o Alberto conhecer esta Sofia…
Ontem regressei ao livro, que tem as notas todas que tirei quando o estudei na escola, e a última delas, na última página, tinha a ver com o estado de espírito do narrador, que é o Alberto, no epílogo por oposição ao do prólogo. Tranquilo no início, inquieto no final. Isto é precisamente sobre isso que dizes da revolução que a Sofia causa na vida dele, do Alberto.
A Sofia e os vários habitantes de Évora. O próprio Carolino também, pelo efeito que a Sofia tem no Carolino e, por consequência, o efeito que o Carolino tem no Alberto.
Apesar de todas as diferenças que apontas entre as duas personagens, o paralelismo que a época estabelece entre as duas fez com que de alguma forma um papel te ajudasse no outro?
Foram dois projetos absolutamente diferentes. Na Aparição tenho o objeto literário, que foi um elemento essencial para me preparar para este trabalho. É a segunda vez que filmo uma adaptação e efetivamente a literatura permite coisas que o cinema não permite. Um livro de 400 páginas é impossível de condensar num filme e o universo da Sofia é muito mais explorado na obra literária. Portanto, o livro foi o meu instrumento de trabalho. Foi a partir dali que consegui perceber quem era esta Sofia. O guião já estava escrito e fechado, e obviamente este filme é uma adaptação do Fernando Vendrell. Tive que confiar nele e naquilo que ele queria para o filme, mas o livro ajudou-me no sentido em que ali tenho a Sofia a todos os níveis: a Sofia aos olhos do Alberto, a Sofia aos olhos da família, a Sofia aos olhos do Carolino, a Sofia aos seus próprios olhos, além de todo o seu universo desde criança. No caso da Snu Abecassis é outra coisa.
Porque ela existiu.
Li muita coisa sobre ela. Li o livro da mãe dela, o livro da Cândida Pinto, Snu e a Vida Privada com Sá Carneiro, falei com a Virgínia Caldeira, que foi secretária dela, com amigos dela da altura que me ajudaram muito. A minha preparação partiu daí. Claro que depois houve aquele momento em que tive que parar e pensar que não sou ela, que também tenho que servir um papel e que isto é uma série, e sobre três mulheres, não só sobre a Snu.
É sobre ela, a Natália Correia e a Vera Lagoa.
Três mulheres que foram fundamentais nesta época salazarista. Lutaram pelos direitos dos estudantes, pelos direitos civis, pelos direitos das mulheres.
Protagonistas de uma revolução cultural também.
Exatamente, é essa a expressão perfeita. E há sempre aquele momento em que tenho as bases todas, sabia o que ela era, e depois… Nem tudo está na série, não é? É uma biografia, uma série biográfica, mas há coisas que são romanceadas para cumprir um efeito. Mas foram dois projetos do mesmo realizador, curiosamente.
E a Fátima Ribeiro, cocriadora da série, foi também quem adaptou, com João Milagre, a obra literária para o argumento deste filme do Fernando Vendrell.
Sim. Primeiro falaram comigo por causa da Três Mulheres e o Fernando estava a preparar a Aparição e então surgiu este papel.
Gostava de voltar a uma coisa de que falavas ainda agora: esse momento em que dizes que percebes que não podes ser a Snu Abecassis. Presumo que isso venha de ser uma figura histórica, com uma imagem que pertence ao imaginário coletivo português.
É uma responsabilidade enorme. Apesar de Sofia também não deixar de ser uma responsabilidade porque há muitas pessoas que gostam da obra, que viveram com esta obra uma vida inteira.
Ainda assim, não temos uma imagem física, muito menos real, dela.
Ter uma imagem física de uma personagem é sempre assustador para um ator porque há sempre o momento em que percebes que nunca vais ser ela. O que tens que ser é a melhor imagem possível dela, respeitando a mulher que ela foi. Foi assim que trabalhámos. Eu não conhecia a fundo a história da Snu Abecassis, não sabia por exemplo que tinha sido ela a fundar a Dom Quixote. Falar com a Virgínia, por exemplo, foi inesquecível.
A secretária dela na Dom Quixote?
Sim. Que tem as melhores memórias dela. Das festas que ela dava para os empregados, da forma como ajudava as mulheres. No caso da Virgínia, por exemplo, ela era do Porto e veio para Lisboa grávida e foi ela que lhe arranjou um médico ginecologista, que a ajudou a arranjar escola para os filhos. A maior parte dos trabalhadores dela eram comunistas e ela protegia-os ao máximo. Lembro-me de uma história de uma festa de Natal que ela deu para os trabalhadores todos na cave da editora, onde estavam as máquinas de impressão, e a Virgínia diz que tem a certeza que ela deu lá a festa para mostrar que havia igualdade entre todos. Ela tinha muito isto. Impressionou-me muito conhecer este lado da Snu Abecassis. O mais impressionante é que esta mulher não era portuguesa e que quando chegou a Portugal percebeu que havia muito que podia fazer.
E que fez.
Fez e não desistiu. Lutou contra tudo e contra todos.
Voltando à Aparição e à importância que lembravas que tem esse livro para tanta gente. Para ti também?
Li em miúda, não fui obrigada a ler na escola.
Porque entretanto desapareceu do programa de Português. Leste-o da mesma forma desta vez?
Uma coisa é olhar para uma obra enquanto objeto literário, outra coisa é ler a preparar-me para uma personagem de um filme que já tinha um guião fechado. Li o guião e depois li o livro, portanto quando li o livro não o li tanto como uma obra sobre o existencialismo mas já à procura de quem era esta Sofia, e sobretudo de como é que preparava esta Sofia tendo em conta o guião que já estava escrito. A coisa gira deste livro é que tem mil e uma adaptações possíveis. Esta é uma adaptação do Fernando. Muito onírica, e o que eu fiz aqui foi trabalhar a Sofia. Foi essa a leitura que fiz. E é espetacular termos um livro para nos ajudar na construção de uma personagem.
O nosso cinema não adapta assim tantas vezes obras literárias portuguesas. Ao contrário dos franceses, por exemplo. Claro que isto vem também de fazermos muito menos filmes do que eles – de os orçamentos serem diferentes também.
Se virmos bem, boa parte dos clássicos de cinema são adaptações. De contos, de peças de teatro… Durante muitos anos os realizadores portugueses fizeram sobretudo cinema de autor, escrito e depois realizado por eles, e hoje em dia estamos a voltar a adaptar obras literárias. Acho importantíssimo, porque temos obras riquíssimas, espetaculares que, como te disse sobre a Aparição, podem ser adaptadas de mil e uma maneiras. Se amanhã outra pessoa a adaptasse, seria uma coisa completamente diferente. E fico contente. Primeiro, porque se isto servir para chamar mais público ao cinema, melhor. Se chamar mais público de cinema a ler ou a reler a obra, melhor, para que não caia no esquecimento.
Também o próximo filme da Valeria Sarmiento, Le Cahier Noir, em que tens uma participação, é uma adaptação, e de um autor português: Camilo Castelo Branco.
É, do Livro Negro de Padre Dinis. Foi só uma pequena participação, fiz de Marie Antoinette.
Foi num filme começado pelo Raúl Ruiz [seu marido, que morreu antes da rodagem] e depois realizado por ela, As Linhas de Wellington, que começaste no cinema. Que importância teve o Paulo Branco, que produziu esse filme e outros que fizeste depois, na tua carreira?
O Paulo Branco é provavelmente dos produtores portugueses que mais têm feito pelo cinema em Portugal e que mais têm levado o cinema português para fora.
E dos que mais têm feito pelos atores portugueses também.
Era isso que ia dizer. Não querendo puxar a brasa à minha sardinha, ele dá oportunidades a atores que se calhar outros não dariam. Digo isto porque comecei na televisão e hoje em dia não sinto tanto esse tabu, mas quando comecei a trabalhar o tabu era gigante. Havia a televisão e havia o cinema e as coisas estavam completamente separadas, não havia espaço para misturar. Hoje em dia, as pessoas precisam de sobreviver, o cinema não paga contas, a televisão também permitiu aos cineastas ver mais atores e a verdade é que o Paulo Branco arrisca. E acho que teve um papel fundamental nisto.
Porque não foste a única. E esse filme, como Os Mistérios de Lisboa, também do Raúl Ruiz, foi realmente importante desse ponto de vista. Porque, com um elenco vastíssimo, veio dar uma oportunidade no cinema a muitos atores num país em que o volume da produção cinematográfica favorece pouco a abertura dessas janelas de oportunidade.
Foram, sem sombra de dúvida. Para nós, atores, foi importantíssimo. E o Paulo Branco tem esta coisa de construir uma relação próxima com os atores com quem trabalha e de tentar sempre encontrar papéis para eles nos filmes que vai fazendo. Isto para nós é fundamental, porque precisamos de fazer muitas coisas e de trabalhar com pessoas diferentes. Mesmo que seja só um dia para fazer de Marie Antoinette no filme da Valeria. Foi um dia, mas para esse dia tive que trabalhar o universo de uma personagem. Tive que trabalhar as minhas ferramentas de atriz – o corpo, a voz, as emoções – e isto é muito importante para um ator. Hoje em dia já há muitas séries, mas durante muitos anos havia pouca coisa. Havia as novelas. E nós precisamos de crescer. Se pudermos trabalhar com pessoas diferentes e com formas de trabalhar diferentes, melhor. E a verdade é que o Paulo tive a oportunidade de fazer o Cosmos e de trabalhar com um dos melhores cineastas com que já me cruzei, que é o Andrzej Zulawski. Enquanto ser humano, enquanto cineasta… é outra coisa.
Porquê?
É difícil explicar por palavras. Foi um trabalho que me marcou para a vida. Foi o realizador que puxou mais por mim e que me obrigou a ir a sítios que eu nem sabia que era capaz de ir.
Falavas na importância das séries e a verdade é que ultimamente em televisão tens feito mais séries do que novelas.
Fiz uma novela no ano passado. Eu gosto de fazer novelas. A novela permite-nos trabalhar sobre a rapidez. Se num dia temos 20 cenas, numas temos de estar a chorar, noutras temos de estar a rir, e isto é uma ginástica mental e emocional que é muito importante também. Já para não falar de que é uma obra aberta.
Que nunca fazes ideia de onde vai parar.
Num filme sabes, numa novela não. De repente a personagem muda 360 graus e tu não podes dizer «mas a minha personagem…», tens que resolver e isso é muito interessante para um ator. E, aqui entre nós, paga contas. Não vou estar a enganar. Trabalhei com pessoas muito interessantes em televisão sempre e gosto muito de trabalhar em televisão. A novela que terminei no ano passado…
Mas essa novela [Amor Maior] não há de ter sido só mais uma novela, porque aquela personagem também não era uma personagem qualquer.
Era espetacular, mesmo espetacular. Foi muito bem escrita aquela novela e, como era uma personagem que sofria de uma doença mental, era mesmo importante a coisa estar bem escrita. A novela também é uma espécie de serviço… quase social, não sei se é esta a palavra certa.
Falas num papel de educar que algumas novelas procuram ter também?
Temos que abordar temas que façam com que o público também aprenda alguma coisa. Aqui era importante as pessoas perceberem que a esquizofrenia é uma doença mental e que estas pessoas sofrem horrores e os familiares sofrem ainda mais e não sabem como chegar a elas. Era importantíssimo que isto fosse o mais real possível, e tenho que agradecer aos autores porque acho que fizeram um trabalho incrível. O feedback que fui tendo de médicos, de pessoas que sofrem da doença, de instituições, de familiares, com pessoas a agradecerem-me por estar a retratar este tema e tão bem retratado… Mas nisso tenho que agradecer aos meus colegas, eu não estava sozinha neste trabalho, é muito importante dizer isto.
E continuas a fazer novelas mas tens feito menos do que no início.
Também é importante fazer pausas, porque as novelas são muito estafantes, muito cansativas. São 12 horas por dia e se fores protagonista gravas 12 horas por dia de segunda a sexta. Quando não és, não trabalhas 12 horas por dia, mas estás um ano ali, então é importante que haja pausas para se poder fazer outras coisas. Sendo que a Aparição fiz a meio desta novela. E, digo-te, agradeço muito ao Bruno Oliveira e à equipa toda de produção que tornou isto possível, porque num dia eu era esquizofrénica, no dia seguinte apanhava um transporte para Évora e era a maluca da Sofia, voltava e era esquizofrénica outra vez. Não foi fácil. E só foi possível porque as produções das novelas querem os atores felizes e sabem a importância que tem fazerem outras coisas para além das novelas.
Em relação às oportunidades para esses outros trabalhos que se foram tornando menos raras, preocupa-te esta saída do Nuno Artur Silva da administração da RTP?
O que posso dizer é que temos uma série feita, acredito que muito bem feita, que tem o seu lado de serviço público porque fala sobre três mulheres importantíssimas numa época muito complicada, e que espero que essa série não fique na gaveta. Espero mesmo.