A produção da Autoeuropa é retomada hoje, depois de mais de uma semana parada devido à falta de motores a gasolina, garantiu ao i fonte da fábrica de Palmela. Esta paragem deve-se ao facto de os fornecedores não terem conseguido dar resposta às exigências da unidade face ao aumento da procura de veículos a gasolina, em detrimento dos motores a gasóleo.
O arranque da produção ocorre numa altura em que a administração da fábrica de Palmela está a ponderar se sempre vai contratar 400 trabalhadores de que precisaria para a quarta equipa, que tinha como objetivo garantir a produção aos fins de semana, depois das férias do verão. Para já, fonte oficial da Autoeuropa garante que está a “avaliar as necessidades de pessoal”. E, “se for necessário, haverá novo processo de recrutamento”, mas afasta a hipótese de contratar as várias centenas que tinham sido anunciadas, pois está a ser encontrada uma solução interna – através da formação aos atuais funcionários – para reduzir as necessidades.
O T-Roc, o SUV que começou a ser fabricado em série em agosto, representa mais de 600 dos 840 carros que saem por dia das linhas de montagem da fábrica. E é este modelo que leva a que seja necessária a quarta equipa, com laboração ao fim de semana, para que a Autoeuropa passe a laborar de forma contínua.
Paragens não são inéditas
Esta última paragem – que não teve qualquer impacto nem nos salários nem no pagamento do prémio trimestral aos trabalhadores da empresa – não é um caso inédito. A primeira ocorreu a 15 de dezembro. O episódio voltou a repetir-se entre 26 e 29 de dezembro “devido a quebra no fornecimento de peças críticas”. Já este ano, a fábrica também parou a 31 de janeiro, mas apenas durante o turno da tarde. Em fevereiro, a Autoeuropa voltou a estar parada mais um dia. O motivo era o mesmo: falta de peças.
Recorde-se que a fábrica de Palmela prevê atingir até final do ano um volume de produção na ordem dos 240 mil veículos, a maioria dos quais é o modelo T–Roc.
Para aumentar o volume de produção de forma a satisfazer as encomendas do novo SUV produzido na fábrica de Palmela, a administração da Autoeuropa pretende implementar um regime de laboração contínua a partir do próximo mês de agosto. Os novos horários deverão ser previamente negociados com a comissão de trabalhadores nos próximos dois meses.
Já no início deste ano, os trabalhadores aprovaram aumentos salariais de 3,2% num mínimo de 25 euros para este ano, com retroativos a outubro. Também acordada com a administração foi a passagem a efetivos de 250 trabalhadores que estavam a termo, assim como o pagamento de um subsídio que equivale a 10% do ordenado-base a trabalhadoras grávidas. Foi ainda aprovado o “pagamento de uma gratificação de 100 euros ou 200 euros em abril de 2018 conforme a antiguidade” do trabalhador.