O Presidente da República disse este sábado, no seguimento do que se está a passar na Síria, que o uso de armas químicas é "intolerável e condenável", referindo-se aos EUA, Reino Unido e Franças como "amigos e aliados".
"Memória, orgulho e coragem nos reúnem aqui hoje, Forças Armadas e Portugal, num dia em que Portugal já manifestou pelo seu Governo a compreensão para com a razão e a oportunidade da intervenção de três amigos e aliados, limitada a estruturas de produção e distribuição de armas estritamente proibidas pelo direito internacional e cujo uso é intolerável e condenável", disse Marcelo Rebelo de Sousa, que discursava nas cerimónias do Dia do Combatente, no Mosteiro da Batalha, distrito de Leiria.
Marcelo fez uma referência à posição tomada pelo Governo de António Costa, salientando que "apelava a uma investigação independente sobre crimes de guerra e a uma solução política negociada e pacífica, dramaticamente urgente, a pensar naquele povo martirizado".
Os tempos atuais são "difíceis e, por isso, tempos que mais do que todos os outros convidam a esta evocação da memória, do orgulho e da coragem das nossas Forças Armadas", acrescentou o Presidente da República.
Recorde-se que, esta madrugada, os EUA, apoiados pela França e o Reino Unido, bombardearam alvos em território sírio, numa ofensiva que, segundo as autoridades norte-americanas, se tratou num “ato único” para destruir locais essenciais à produção e armazenamento de armas químicas.
Esta ofensiva surge na sequência de um ataque com armas químicas alegadamente perpetrado pelo regime sírio. O governo de Assad já negou qualquer envolvimento neste ataque e a Rússia pediu a membros da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) que fossem ao terreno perceber o que se passou. Este ataque dos EUA e seus aliados surge no dia em que a OPAQ ia começar os trabalhos no terreno.