Para António Guterres, o Conselho de Segurança da ONU “falhou”no conflito que considera que é a “maior ameaça à paz e segurança internacional”, revelando mesmo estar desapontado. “Repetidamente expressei o meu desapontamento com o Conselho de Segurança, que falhou em acordar um mecanismo de responsabilidade efetiva para o uso de armas químicas na Síria”, disse.
O secretário-geral da ONU afirmou que o uso de qualquer arma química é “abominável” e que causa um “sofrimento hediondo”, tendo apelado à união dos membros do Conselho de Segurança, que “têm a responsabilidade primária de manter a paz”.
As declarações de António Guterres surgiram um dia depois de o Conselho de Segurança ter rejeitado, no sábado, um projeto de resolução apresentado pela Rússia, que condenava os ataques norte-americanos, franceses e britânicos na Síria, ao não garantir os nove votos necessários para a aprovação.
Rússia, China, dois membros permanentes do Conselho de Segurança, e a Bolívia – membro não permanente – votaram favoravelmente o texto, oito países votaram contra e quatro abstiveram-se.
O texto, de cinco parágrafos, manifestava uma “grande inquietação” face à “agressão” contra um Estado soberano, o que, na perspetiva de Moscovo, “viola o direito internacional e a Carta das Nações Unidas”.
A França anunciou, paralelamente, a apresentação em breve de uma nova resolução para ultrapassar “o impasse sírio”. O embaixador francês nas Nações Unidas, François Delattre, revelou que irá “apresentar em breve um projeto de resolução com os nossos parceiros britânicos e americanos”, não adiantando nenhuma data.