Em cada 10 litros de gasóleo, seis são só para pagar impostos e apenas três para pagar o combustível. As contas foram feitas pelo deputado Pedro Mota Soares, que exige ao Governo que revogue o aumento do imposto sobre os produtos petrolíferos.
António Costa tinha subido este imposto para compensar a perda de receita em IVA numa altura em que os combustíveis estavam a preços historicamente baixos. Agora que o preço do petróleo está em alta, os centristas reclamam a descida deste imposto.
Mota Soares frisa que 2017 registou "a maior carga fiscal de sempre" e que essa constatação "contrasta totalmente" com o discurso do Governo sobre o fim da austeridade.
O deputado do CDS recorda q e em 2016 e 2017 as Finanças arrecadaram "mais 2400 milhões de euros" graças a esta subida de impostos e reclama um alívio que ajude as famílias a recuperar rendimentos e as empresas a serem mais competitivas.
Para ilustrar o peso da carga fiscal no custo dos combustíveis, Mota Soares nota que "um litro de gasóleo tem mais nove cêntimos de impostos do que em 2016". E que em cada 100 euros que uma empresa gasta a atestar um depósito, 55 "vão diretamente para os cofres das Finanças".
"Isto retira muito rendimento às famílias mas também retira muita competitividade à economia", vinca o centrista, recordando que "o Governo prometeu sempre que este aumento seria neutral", mas que efetivamente "não foi neutral" e coloca "Portugal acima da média europeia" no que toca à carga fiscal sobre combustíveis.