Marcelo Rebelo de Sousa vai receber a recém-eleita presidente da JSD Margarida Balseiro Lopes no Palácio de Belém até ao final desta semana.
Balseiro Lopes, deputada, venceu o congresso da “jota” disputado no passado fim-de-semana, tornando-se na primeira mulher na história da estrutura juvenil tanto a candidatar-se quanto a liderar a Juventude Social Democrata.
A ‘laranjinha’ de 28 anos, originária da Marinha Grande, foi secretária-geral da JSD nos últimos quatro anos, ascendendo agora a presidente. Durante a eleição de Marcelo para a Presidência da República, a “jota” foi protagonista, tendo contribuído com mobilização e até com um ex-líder seu, Pedro Duarte, a dirigir a campanha.
Até ao final da semana, Balseiro Lopes, que fora já também elogiada por Luís Marques Mendes, próximo de Marcelo, irá ser recebida pelo chefe de Estado. A ‘jotinha’ venceu a eleição contra André Neves, ex-presidente da JSD e apoiante de Rio Rio.
Não há o quê? Até esse encontro, Marcelo regressará de Madrid, onde ontem teceu breves avaliações acerca do sistema político e partidário português. Para o ex-professor de Direito Constitucional, soube-se ontem, não há atualmente extrema-direita ou extrema-esquerda em Portugal.
Apesar do relatório anual para a segurança interna, entregue na Assembleia da República em finais de março, afirmar que a “extrema-direita portuguesa continua a aproximar-se das principais tendências europeias, na luta pela ‘reconquista’ da Europa pelos europeus”, havendo “um esforço de convergência dos seus diferentes setores (identitários, nacional-socialistas, ‘skinheads’), no sentido de promoverem, no plano político e metapolítico, os seus objetivos”, Marcelo considerou ontem que há “uma unanimidade absoluta” no espectro político português acerca dos refugiados. E a verdade é que, atualmente, não há nenhum partido com assento parlamentar próximo das tendências para que o relatório citado alerta.
Mas o Presidente não ficou por aí. Ontem, em Espanha, Marcelo deixou escapar um comentário também sobre a “extrema-esquerda”.
“Mesmo a extrema-esquerda não existe mais em Portugal. Há a esquerda mais ambiciosa nas suas posições”, disse, ficando-se por aí sobre esse tema.
Claramente, o Presidente decidiu não conotar com a “extrema-esquerda” um partido como o Bloco de Esquerda, que apoia o governo, e que resultou da junção de dois antigos partidos daquela área – o Partido Socialista Revolucionário de Francisco Louçã e a UDP de Luís Fazenda, a que se juntou a Política XXI, uma organização de antigos comunistas, fundada por Miguel Portas.
Em comparação com todos os Estados-membros da zona euro, o PCP tem uma grande força em Portugal e dele depende a existência do governo.