Manuel Alegre alerta que uma "reedição do Bloco Central" seria um "grande retrocesso e colocaria em risco" o PS.
“Uma viragem à direita, ou uma reedição do Bloco Central, ou uma inversão destas políticas seria um grande retrocesso e colocaria em risco, não tenho dúvida nenhuma, o Partido Socialista, tal como aconteceu àqueles partidos socialistas e sociais-democratas que se aliaram à direita para fazer a política da direita", afirmou o histórico do PS, num jantar para comemorar o 25 de Abril, em Braga.
O socialista classificou a aliança do PS com os partidos à sua esquerda como “uma revolução pacífica" e elogiou António Costa por ter tido a “coragem” de avançar para uma solução que permitiu "restituir ao parlamento a centralidade da democracia, a democracia deixou de estar mutilada, deixou de estar coxa e mostrou que é no parlamento que se fazem e desfazem os governos".
Manuel Alegre admitiu que não é fácil manter a geringonça. Ao Bloco de Esquerda, o histórico do PS pediu para que “moderasse, por vezes, a linguagem em relação ao PS". Aos socialistas, Alegre fez um apelo para não se “deslumbrarem com o poder”, porque “o poder não é um fim em si mesmo. Fico sempre um bocado desconfiado quando vejo o PS deslumbrar-se consigo mesmo ou com o poder, espero que isso não aconteça".
Neste discurso, na sexta-feira à noite, Manuel Alegre defendeu ainda que se o PS conseguir alcançar a maioria absoluta nas próximas legislativas deve manter “esta convergência à esquerda”. Ou seja, alertou o histórico do PS, deve “resistir à tentação centrista”.