Aos 32 anos, a judoca portuguesa Telma Monteiro continua a fazer história. Em 12 participações que soma em europeus da modalidade, a medalhada olímpica nos Jogos do Rio2016 (bronze) subiu pelo mesmo número de vezes ao pódio. Esta quinta-feira (26), a atleta do Benfica conquistou a medalha de bronze no primeiro dia do Campeonato da Europa de Judo 2018, evento que decorre até este sábado no Tel Aviv Convention Center, Telavive.
Percurso até ao terceiro lugar
Em Israel, a atleta lusa, que competiu na categoria -57 kg, somou duas vitórias por ippon nos seus dois primeiros combates contra a israelita Maayan Greenberg e a croata Tena Sikic. Posteriormente, nos quartos de final, foi a judoca do Kosovo, Nora Gjakova, que este ano venceu dois Grand Prix (Antalya e Tunis), a conseguir o ‘wazari’, em período de ‘tempo de ouro’, depois de um combate bastante equilibrado e sem alteração no marcador até ao fim dos quatro minutos regulamentares. Contudo, a olímpica portuguesa regressou aos triunfos nas repescagens, eliminando a húngara Hedvig Karakas por ippon, a quarenta segundos do fim do combate e, já na luta pelo pódio, contra a jovem promessa francesa Sarah Leonie Cysique, Telma Monteiro evidenciou toda a sua experiência até marcar o ippon que lhe garantiu o bronze.
«Fico muito feliz por continuar a fazer história. Esta medalha é muito especial, sobretudo porque é difícil continuar a manter sempre um alto nível, ainda para mais quando já atingi a barreira dos 32 anos», confessou a atual 12.ª classificada do ranking mundial.
A caminhada de sucesso
São, como já foi referido, 12 medalhas em 12 Campeonatos da Europa: mais especificamente cinco de ouro (2006, 2007, 2009, 2012 e 2015), uma de prata (2011) e, agora, seis de bronze (2004, 2005, 2010, 2013, 2014 e 2018).
Aos 12 pódios nos vários europeus, cujo o primeiro foi alcançado em Budapeste quando tinha apenas 18 anos, a antiga líder do ranking mundial nas categorias de -52kg e -57kg soma ainda cinco medalhas em Campeonatos do Mundo, quatro de prata (2007, 2009, 2010 e 2014) e uma de bronze (2005), além do já mencionado pódio nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, o único título que verdadeiramente faltava à judoca, depois da participação nos JO de Antenas em 2004, Pequim2008 e Londres2012.
De Almada para o topo do mundo
Nascida e criada no Bairro Branco, em Almada, foi ali, por incentivo da sua irmã, que Telma Monteiro começou a praticar a modalidade onde hoje é considerada por muitos a melhor portuguesa de todos os tempos. Em julho de 2016, a judoca lançou o livro intitulado Na Vida com Garra, onde aborda todas as histórias por trás das medalhas. Nele, a judoca relembra que «ter talento é apenas uma pequena parte do sucesso». «Trabalhar sobre um dom é o que distingue os talentosos dos campeões. O meu maior talento foi não desperdiçar o meu dom, ter tido a capacidade de transformar esse ‘dom’ em medalhas, em passar da teoria para a prática».