Utilizar o cinto de segurança “custa zero euros”

Se para muitos viajar no banco de trás dos veículos é sinónimo de proteção, o Presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), José Miguel Trigoso, garantiu ao i ser um mito e que todos os ocupantes de uma viatura “correm os mesmos riscos”.

Um novo estudo feito pela PRP, durante todo o ano de 2017, baseou-se na cidade de Lisboa para reflectir um panorama nacional relativamente ao uso do cinto de segurança. Ainda que, tal como explica o Presidente da PRP, fora das localidades a utilização seja maior do que nas cidades, tomaram como ponto de partida a capital portuguesa por existir uma maior densidade populacional. E, consequentemente, mais preocupação com a sinistralidade.

O principal objectivo da investigação é fazer com que as pessoas entendam a utilidade do cinto de segurança. Assim tal como confirma Miguel Trigoso “não é só para evitar mortes”, passando também por diminuir os danos corporais.

Quando existem passageiros nos bancos de trás, quem se encontra à frente “corre mais risco” – palavras de José Trigoso – por causa da projecção que pode provocar graves lesões.

Porém, os cuidados rodoviários aumentam substancialmente quando existe um reforço na fiscalização. Mas como nem sempre é possível fazer uma inspecção regular durante todo o ano, o alerta para que os portugueses tenham mais atitudes preventivas no trânsito passa pela publicação de um estudo da PRP.

Os números revelam que a utilização do cinto de segurança é bem maior à frente (95% – estudo de 2003), do que atrás (28,7% – estudo de 2017). Mudando de cenário quando deixa de se tratar de um veículo próprio.

Em conversa com o i, o Presidente da PRP acredita que usar o cinto de segurança “é a melhor protecção que se pode ter”, acrescentando que “é lamentável” que a taxa de utilização do cinto, por adultos que viajam no banco de trás, não chegue aos 30%.

Quando se tratam de viagens por táxis, os números são ainda mais baixos (20,4%). Trigoso chama a atenção dos próprios taxistas, sendo “importante os condutores indicaram a utilização do cinto de segurança”. Acrescentando que “sente que a maior parte das pessoas que usam o cinto são estrangeiras”, mas não pode comprovar esta informação por não se basear em nenhum estudo.

De acordo com as palavras de José Miguel Trigoso, a utilização do cinto de segurança é uma atitude indispensável, pois para além de reduzir a probabilidade de ferimentos em caso de acidentes nas estradas, “custa zero euros”. Tornando-se uma prioridade desenvolver métodos para que as pessoas passem a usar mais vezes o cinto de segurança nos bancos de trás, tanto quanto utilizam nos bancos da frente.