"Estamos na mesma em austeridade". Foi esta a resposta de Rui Rio, líder do PSD, à decisão de utilizar a folga orçamental para contratar funcionários públicos em detrimento do aumento dos salários.
"Isso é de certa forma é uma confissão de que nós estamos na mesma em austeridade, agora é de outra forma e é o reconhecimento de que os serviços estão carenciados de serviços humanos. Na prática, é assim que eu interpreto o que [o primeiro-ministro] está a dizer", disse Rio à margem de uma visita a duas residências universitárias no Porto.
Rio junta-se assim às críticas que os parceiros parlamentares do governo do PS têm feito ao executivo de António Costa nesta questão. Para Rio, Costa "diz isso em função de uma situação que se vive, porque, de raiz, todos nós preferimos aumentar os salários, dar melhores condições de vida às pessoas".
Uma austeridade que está, diz, a ser transferida para os serviços públicos. "Hoje, onde é que os portugueses notam a austeridade? Notam no défice de recursos humanos que há em muitos serviços, particularmente no Serviço Nacional de Saúde", afirmou.
Como solução, o social-democrata disse ser importante encontrar-se um "equilíbrio desses dois fatores: repor recursos humanos na medida em que são necessários, e ao mesmo tempo procurar, dentro daquilo que orçamentalmente for possível, repor o valor da inflação nos salários".