Assunção Cristas também está em Angola, para onde viajou para participar numa palestra sobre “A política e as mulheres” e onde hoje se encontra com os principais partidos políticos angolanos. De visita à cidade onde nasceu, Luanda, Cristas deu uma entrevista ao “Jornal de Angola” onde falou do caso Manuel Vicente, do tempo em que esteve no governo e das propostas que quer concretizar.
“As decisões judiciais devem ser respeitados como tais: são decisões judiciais que não devem ser nem condicionadas, nem aproveitadas politicamente”, disse a líder do CDS. “Tenho esperança que o novo quadro agora aberto permita aos órgãos de soberania de Portugal e Angola retomarem um nível excelente de cooperação – que é o único que serve os interesses em comum e os interesses dos dois países”, afirmou sobre a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa de remeter o processo do ex-vice-presidente para ser julgado em Angola.
Cristas defendeu que entre os dois países existem “muitos interesses em comum” e, por isso, se deslocou a Luanda para “aprofundar as relações entre o CDS e partidos angolanos, como faz sentido entre dois Estados amigos”. Como tal, hoje à tarde, a líder centrista tem agendadas reuniões com o MPLA, a UNITA, a CASA-CE.
Introduzida pelo diário público como sendo “apontada por alguns como a provável primeira-ministra de Portugal já em 2019”, Cristas afirmou que a estratégia é “a coerência” nas propostas. “Nós fomos governo, com o PSD, numa altura em que Portugal e os portugueses tiveram de fazer muitos sacrifícios para recuperar da crise onde o governo Sócrates tinha deixado o país. Foi com o nosso governo, em coligação, que conseguimos começar a recuperar”, disse, mostrando esperança que o “centro-direita volte ao governo e, já sem crise, possa dar um crescimento sólido a Portugal”.
Cristas admitiu que, apesar de muitos não acreditarem no governo apoiado à esquerda, a razão do sucesso vem dos princípios e programas que “foram deixados na gaveta”, uma vez que o governo faz “uma austeridade encapotada em impostos indiretos e com cativações orçamentais”. Sobre a recuperação económica, essa foi “no governo anterior” que “começou a dar fruto”, afirmou.
Em relação ao futuro, e em particular às eleições do próximo ano, a líder do CDS defendeu “uma política feita de proximidade” e reforçou que para governar basta garantir o apoio de 116 deputados, acabando com a ideia do voto útil. “Tudo faremos para um dia sermos a primeira escolha”, garantiu.