Isabel Ribeiro
Visitante
Isabel Ribeiro lembra-se de ter 19 anos e correr todos os pavilhões para conseguir o máximo de carimbos no passaporte. “Ainda guardo o passaporte. É um evento que Portugal nunca mais vai ver. Nas recordações ficam também filas intermináveis para entrar nos pavilhões e a teimosia de querer uma pintura do Pavilhão de Marrocos. Estive, à vontade, três horas à espera e uma semana cheia de cuidados para não perder a pintura.” Isabel gostou tanto do que viu no primeiro dia que depressa arranjou maneira de repetir a experiência. “Inicialmente estava previsto só ir três dias, mas aproveitei bilhetes de familiares e acabei por ir 20 vezes.”
Solange Mendes
Assistente pavilhão da utopia
Solange Mendes trabalhou no Altice Arena quando era Pavilhão da Utopia e descreve o ambiente desses tempos como sendo o “melhor do mundo”. “Tinha 23 anos e foi o meu primeiro emprego. Adorava o ambiente. Eu era assistente do pavilhão e ia a muitos concertos sem pagar. Além disso, quando estava à noite era uma festa.” Também o ordenado era para Solange um ponto positivo da Expo 98. “Foi o meu primeiro emprego e ganhava 143 contos (cerca de 715 euros). Não era excelente, mas para uma miúda de 23 anos era bom.”
Tiago Lopes
Trabalhou na restauração
Tiago Lopes trabalhou um dia na Expo 98, mas não esquece a experiência. “Trabalhei na parte da comida. Nesse dia cheguei a casa já passava das 4h00. Estava sempre tudo cheio de gente.” As multidões são, aliás, o que mais ficou na memória de quem viveu estes dias. “O último dia foi um caos. Estive duas horas à espera de táxi. Acabei por ter de telefonar aos meus pais para me irem buscar.”
Marta Gonçalves
Monitora Pavilhão da Água da Unicer
Marta Gonçalves trabalhou como monitora no Pavilhão da Água e recorda que tinha 20 anos quando recebeu uma bolsa de estágio para fazer parte do projeto. “A Expo 98 foi o primeiro grande espetáculo português que os portugueses fizeram acontecer de forma extraordinária. Participar no excecional foi profundamente gratificante e embebido de um sentimento de orgulho imenso.”
Sofia Cruz
Assistente pavilhão da utopia
Sofia Cruz também guarda “muitas saudades” dos tempos em que trabalhou como assistente no Pavilhão da Utopia. “Tinha 26 anos e ainda hoje tenho muitas saudades.” Com cerca de 210 assistentes apenas para aquele pavilhão, os números quer de trabalhadores quer de visitantes surpreendiam qualquer um. “Tivemos uma formação especial antes do início da Expo. Lembro-me que me ficou a ideia de que o recinto era maior do que a cidade de Leiria.”
André Encarnação
Visitante
André Encarnação ainda se lembra de ter viajado, de propósito, com a mãe da Madeira até Lisboa para poder visitar a EXPO 98. Não foi, aliás, a única família que o fez, ainda que as viagens nesta altura fossem muito mais caros do que hoje em dia. “Tinha 11 anos e foi um espetáculo. A minha mãe veio comigo e nunca me vou esquecer. Aquilo era outro mundo, não estávamos em Portugal. Fomos todos os dias porque era o grande evento do ano e só se falava disso. Lembro-me muito bem do Gil e ainda o tenho em casa”.
Vítor Guedes
Visitante
Vítor Guedes, com dez anos, viajou de Tavira com o ATL, mas perdeu-se do grupo. “Perdi-me por causa da loucura dos passaportes. Fiquei para trás porque queria o carimbo da África do Sul. Fiquei duas horas com os seguranças a jogar PlayStation. Já estava quase a chorar quando fui salvo por um grupo de espanhóis”, relembra. Nunca mais se esqueceu também do momento em que reencontrou o grupo a que pertencia: “Encontrei-os no Pavilhão do Conhecimento dos Mares.” Hoje ri-se do episódio e reforça que, pelo menos, conseguiu o carimbo do pavilhão que o fez ficar para trás.
Daniela Ferreira
Visitante
Daniela Ferreira tem hoje memórias do dia em que foi com a família até ao espaço. “Tinha cinco anos”, começa por dizer. No entanto, ser tão nova não a impede de ter recordações da altura. Muito pelo contrário. O que mais recorda é o tamanho de tudo o que viu. “Não tenho grandes memórias porque era muito pequena, mas lembro-me bem de haver imensos pavilhões e lembro-me do momento em que fiquei petrificada com o tamanho do oceanário. Também me lembro bem que não queria sair de perto do Gil. Queria fotos com ele por ele ser tão grande.”