A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, mostrou-se preocupada por o SNS poder vir a "executar a morte" caso a despenalização da morte medicamente assistida avance na Assembleia da República. "Na eutanásia sabe-se como começa, não se sabe como acaba", garantiu.
"Uma lei que trata simplesmente de criar no SNS – aquele Serviço Nacional de Saúde que queremos desenvolver e acarinhar para tratar as pessoas e dar qualidade de vida até ao fim dos seus dias — se prepara para passar a ter uma nova prestação, que já não é tratar, já não é tirar a dor, é antecipar a morte, é executar morte. Isso nós não aceitamos, nem achamos admissível", disse a líder centrista no discurso de encerramento das jornadas parlamentares do seu partido em Viana do Castelo. Ao invés, Cristas defende uma rede de cuidados paliativos que sejam de qualidade no sistema público, criticando, pelo meio, os partidos que sustentam a atual solução governativa por serem incapazes de "dar um impulso significativo aos cuidados paliativos".
Cristas criticou também a governação socialista no que à saúde diz respeito, afirmando que é "uma das mais críticas" por considerar existir uma "degradação generalizada dos serviços públicos". "Olhando para trás, comparando momentos, hoje sem troika, sem crise, estamos bem pior nesse domínio do que estávamos há cinco anos atrás e isso não é aceitável", criticou.
"Continuaremos a liderar também na denúncia de um governo que faz uma austeridade completamente escondida, encapotada, que não diz a verdade a todos", garantiu aos deputados do seu grupo parlamentar.
A Assembleia da República recebeu quatro projetos legislativos para despenalizar e regular a morte medicamente assistida no país, nomeadamente do PAN, BE, PS e PEV, que serão debatidos em plenário a 29 de maio.