A saída de mais de cem enfermeiros desde janeiro do Hospital de Santa Maria levou ao encerramento de camas e de um setor de cirurgia por falta de enfermeiros, avança hoje o Diário de Notícias
Para Guadalupe Simões, do Sindicato de Enfermeiros Portugueses, em declarações à Lusa, a situação que se vive no Santa Maria não é uma excepção, vivendo-se também noutros hospitais portugueses. "O Santa Maria já encerrou um serviço de cirurgia, mas prevê-se que noutros hospitais possam vir a ser encerrados serviços resultado daquilo que é a não autorização do Ministério da Saúde e Ministério das Finanças de contratar enfermeiros", disse.
"Estamos a falar de grandes hospitais nas grandes cidades. Nos hospitais no interior ainda é mais grave porque a oferta é menor. A Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, o Centro Hospitalar Médio Tejo, o hospital da Cova da Beira, todos estes hospitais estão numa situação de pré-ruptura e o Ministério da Saúde está a assistir a isto quase de forma passiva", alertou.
A dirigente sindical disse ainda que prevê um agravamento da situação de passagem dos profissionais de saúde com contrato individual de trabalho para as 35 horas. "O que é estranho e deveras preocupante é que o governo na negociação da passagem dos enfermeiros para as 35 horas impôs que esta medida entrasse em vigor a 01 de julho contrariamente à nossa exigência precisamente para durante estes primeiros seis meses do ano se fizesse um plano de contratação de enfermeiros em função das necessidades", criticou.