Com o objetivo de regularizar o pagamento a fornecedores estrangeiros, o Banco Nacional de Angola (BNA) “estabeleceu um cronograma (…) que será operacionalizado através de vendas diretas de moeda estrangeira nos meses de maio e junho do ano em curso".
O BNA quer regularizar a situação depois de a "disponibilidade limitada de recursos em moeda estrangeira nos últimos anos" ter levado à "acumulação de operações de importação de mercadoria e serviços a aguardar cobertura cambial e pagamento aos fornecedores estrangeiros".
No entanto, lembra o banco central angolano em informação citada pela agência Lusa, "dado que as disponibilidades cambiais permanecem limitadas", é recomendado aos agentes económicos "que não assumam novas responsabilidades cambiais sem consulta e garantia prévia, por parte dos bancos comerciais, da capacidade de cobertura cambial".
O objetivo é "priorizar a aquisição de bens e serviços locais sempre que possível, concorrendo assim para a estabilidade da economia e para a preservação do valor da moeda nacional”.
Angola vive desde finais de 2014 uma crise financeira, económica e cambial, decorrente da quebra para metade nas receitas com a exportação de petróleo, Angola é o segundo maior produtor em África.
Em abril o BNA anunciou ter regularizado as transferências de salários de expatriados que estavam pendentes, mas recomendou cautela às empresas angolanas, face à redução da disponibilidade cambial do país e à correção de preços.
A falta de divisas nos bancos comerciais – que só conseguem recorrer aos leilões semanais realizados pelo BNA – tem vindo a dificultar as importações angolanas, mas também a transferência de salários de trabalhadores expatriados, que reclamam vários meses de atraso, recebendo em kwanzas.