PAN: “É desumano não despenalizar a morte assistida”

André Silva iniciou o debate defendendo o fim da “criminalização de atos de bondade”

O PAN começou o debate sobre a despenalização da eutanásia pedindo a quem "hoje defende que a discussão deve permanecer tem de assumir as suas responsabilidades". "Ser-se contra a despenalização da eutanásia é continuar a defender que um ato de bondade é um ato punível", disse André Silva.

"O sofrimento é uma experiência pessoal e intransmissível", continuou o deputado único do partido que tem esta terça-feira um projeto a votação. "O pedido de morte assistida só pode ser feito por um adulto responsável e instruído", acrescentou André Silva ressalvando que a decisão deve livre, responsável e que só deverá estar disponível numa situação em que a doença não tenha cura.

"É desumano não despenalizar a morte assistida", reforçou Silva, acrescentando que "não aceitar a eutanásia é aceitar que nos digam como viver e como morrer". 

Rubina Berardo, do PSD, questionou André Silva porque é que, se o partido considera que esta é a vontade da maioria da sociedade, não colocou a questão no seu programa eleitoral. A deputada social-democrata argumento com a falta de discussão sobre o assunto. André Silva garantiu que em 2015 inclui no programa eleitoral a abertura de fóruns de debate sobre a eutanásia. "Temos de retirar também estas pessoas da clandestinidade", para quando os cuidados paliativos não chegam. O deputado defendeu ainda que há uma necessidade de dar uma resposta às pessoas que "não passe pela criminalização de atos de bondade".

"A eutanásia é um crime e independentemente da votação de hoje a eutanásia continua a ser um crime", disse o deputado Pedro Bacelar Vasconcelos, do PS, reconhecendo a coragem dos partidos que avançaram com os projetos para a despenalização. O deputado socialista defendeu os projetos, mostrando-se orgulhoso de pertencer aos subscritores do projeto apresentado pelo PS.

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