Maria Antónia Almeida Santos, do PS, defendeu que a vontade "do doente livre e informado é soberana, é sua" reforçando que é apenas "atendível uma vontade atual e reiterada".
"Não admitimos que essa vontade possa ser difundível para momentos em que o deputado não disponha de capacidades psíquicas", acrescentou a deputada socialista acrescentando que retirar essa possibilidade aos doentes é retirar-lhe a dignidade.
Para o PS este tema é complexo, "causa incomodidade", e por isso foram ouvidas várias entidades, deixando um especial agradecimento a João Semedo pela luta que fez para a despenalização da eutanásia, o que provocou um aplauso da bancada do Bloco de Esquerda.
A deputada criticou ainda que faz o argumento do medos, reforçando que "ninguém faz a apologia da morte, do sofrimento, todos concordamos com a dignidade até aos últimos dias". A deputada fez ainda questão de garantir quais as condições onde a eutanásia não poderá será praticada, conforme vem inscrito no projeto do PS, tais como a não reiteração do pedido no último momento, o pedido em consciência do paciente ou a falta de autorização por parte do médico.
Rubina Berardo, do PSD, quis saber como é que o PS explica que os principais agentes que teriam de analisar e executar os pedidos, estão contra os projetos de lei, lembrando do abaixo-assinado apresentado pelo bastonário dos médicos. "Pode perguntar a qualquer médico" se considera que as leis base dos médicos "pode ser alvo de adulteração pelo parlamento". "Considera que a doença retira dignidade ao ser humano?", questionou ainda a deputada madeirense.
"Em momento algum da vida das pessoas, seja em que situação for, eu considero que as pessoas perdem a dignidade", respondeu a deputada socialista, acusando Rubina Berardo de fazer declarações contrárias à realidade, nomeadamente sobre a posição dos médicos em relação ao tema em debate. Para além disso, a Maria Antónia Almeida Santos acrescentou que o PS também defende o investimento em cuidados paliativos, mas dando a possibilidade aos doentes de fazer a sua escolha. "Hoje os profissionais de saúde já podem decidir sobre os doentes, demos decisão aos doentes que estão em consciência", rematou.
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