O tempo é de chuva e frio, ao contrário do resto da Europa que tem tido dias muito quentes e de sol. No entanto, de acordo com especialistas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em declarações ao Jornal de Notícias, este fenómeno não é assim tão raro.
"Os valores que têm sido registados nesta altura do ano têm sido abaixo do que é normal para a época", explica Vânia Lopes, mas a culpa do tempo frio e cinzento é do Anticiclone dos Açores, que este ano está posicionado “ligeiramente abaixo da sua posição normal", o que origina uma "corrente de oeste e permitindo a passagem de perturbações frontais" e depressões "que têm causado o tempo mais instável", diz.
Assim, ainda que o tempo quente seja mais normal nesta altura do ano, "não se trata de uma situação inédita no território continental".
Segundo dados do IPMA, a chuva e o tempo mais frio "deverão manter-se até pelo menos o dia 9 de junho", indicam os especialistas. "É expectável que as temperaturas subam nos meses de julho e agosto, no entanto, não podemos afirmar que o verão venha a ser mais quente que o normal", concluem.
E na Europa?
Se em Portugal as temperaturas estão mais baixas que o normal, na Europa estas conseguem surpreender, uma vez que na maioria dos países têm sido registadas temperaturas que variam entre os 26ºC e os 30ºC. Por exemplo, em Berlim, as máximas são de cerca de 26 graus, Viena chegou mesmo a atingir os 29, e já mais a norte, na Dinamarca, as máximas estão a rondar os 30ºC. "Nos últimos dias a Europa central tem estado sob a influência de uma vasta região depressionária", explica Vânia Lopes, a mesma especialista do IPMA.
"O Mediterrâneo tem estado com uma corrente de sul que transporta o ar quente do norte de África para a Europa, que entra na circulação da referida região depressionária, aumentando os valores de temperatura e também aumentando a instabilidade atmosférica", conclui.