“Vou falar sobre a equipa do século, escolhida pelos portugueses em 2015 através de um inquérito feito pela Federação de Futebol Portuguesa.”, começa por explicar na sua opinião.
“Joguei com o Manuel Bento e o Vítor Damas na Seleção Nacional. Agora temos o Rui Patrício, que foi campeão europeu, mas o meu guarda-redes é o Vítor Baía.”, continua. “Vi o Vítor Baía crescer no Porto e mais tarde na seleção. Era bom em todos os aspetos: um para um, bolas altas ou a jogar com os pés. Transmitia sempre uma enorme serenidade”.
“Germano de Figueiredo já não jogava quando eu nasci, mas vi o Mundial de 1966 em que ele foi crucial para a vitória contra os pés do Pelé. Humberto Coelho era puro e tinha uma elegância simples como defesa. Era o coração de uma era importante para Portugal e para o Benfica”, escreve no Guardian.
“Fernando Couto jogou em grandes clubes como o Porto, o Lazio, o Parma e o Barcelona. Era resistente e tinha uma qualidade técnica excelente. Era forte no ar e muito difícil de superar – um defesa top. Ricardo Carvalho teve ótimas temporadas no Porto e, mais tarde, provou o valor que tinha no Chelsea. Por alguns anos, chegou mesmo a ser o melhor defesa do mundo.”, continua.
“Mário Coluna foi o líder do Mundial de 1966 e duas vezes campeão europeu pelo Benfica. Que maravilha! Até aos dias de hoje, qualquer pessoa que veja os jogos dele fica impressionada. Não só pela rápida recuperação da bola, mas também pelos ataques. É a minha escolha para o meio-campo."
“Para falar sobre o Luís Figo, é difícil encontrar palavras. Estamos a falar de um vencedor de Bola de Ouro. Era único, tanto no Barcelona como no Real Madrid. Rui Costa era um príncipe. Joguei com ele no Benfica e por Portugal. Um verdadeiro maestro! Aquele tipo de jogador que uma pessoa não se importa de pagar para ver. É praticamente um Deus em Florença, e depois de jogar pelo Fiorentina, foi campeão pelo Inter de Milão.”
Além de todos estes jogadores portugueses, Futre fala também sobre o internacional português, considerado um dos melhores do mundo. “Sobre Cristiano Ronaldo, o que é que há para dizer? Nunca deixa de nos surpreender, mesmo aos 33 anos de idade. Atingir a meta do Messi era praticamente impossível, mas Cristiano está quase lá. Só um jogador de outro mundo conseguiria fazer isto”.
“Para mim é difícil comparar Ronaldo com Eusébio, porque “O Rei”, será sempre “O Rei”. Eusébio era tudo: o orgulho do país, o embaixador e a bandeira. Ainda é, mas agora temos o Ronaldo”.
“E sobre mim? Eu abri portas. Os jogadores portugueses têm a reputação de não se adaptarem ao exterior. Praticamente ninguém tinha sido reconhecido e valorizado lá fora, e eu abri portas. Depois disso, ninguém sofreu como eu sofri. Eu consegui superar esssa barreira”, termina.